Para o procurador, José Luiz Storer, o documento tem como objetivo livrar o gerente da UPA-Leste, que furou fila da vacina da Covid-19 e foi afastado do cargo
Foto: Divulgação
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Uma Nota Técnica emitida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), assinada pela secretária da pasta, Eliana Pasini, e pela adjunta, Marilene Penati, decidiu que todos os profissionais que atuam nas unidades municipais de saúde, são considerados prioridade zero para vacinação.
Sendo assim, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, profissionais que coletam exames (técnico ou auxiliar de laboratório, técnico em enfermagem, enfermeiros, biomédicos e odontólogos); além de diretores e gerentes, que não tem contato direto com a população, são prioritários na fila da vacinação.
Segundo o texto, o motivo da decisão é que a quantidade de doses recebidas para a primeira fase do Plano Nacional de Imunização é insuficiente para atender a todos os trabalhadores de saúde. Dessa forma, decidiu-se nomear alguns grupos como prioritários.
A decisão da titular da Semusa se choca com uma outra, tomada pela Procuradoria Geral do Município, esta semana, que suspendeu um gerente administrativo da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Leste (UPA Leste), em Porto Velho.
O que motivou a ação contra o servidor público, considerada transgressão disciplinar, foi o fato de ele ter furado a fila de vacinação da Covid-19, mesmo estando fora do grupo prioritário relacionado pelas autoridades sanitárias. Ele está sendo punido com a suspensão por 60 dias do cargo e também proibido de entrar na UPA-Leste, onde ele atuava.
Processo disciplinar
O procurador-geral do município de Porto Velho, José Luiz Storer Júnior, ao tomar conhecimento da nota técnica da Semusa, informou que ela vai contra o que são considerados grupos prioritários pelas autoridades sanitárias nacionais e que medidas serão tomadas.
“Alargaram tanto as categorias a serem vacinadas que todos os funcionários serão vacinados, menos os médicos que estão na linha de frente, pois há uma escassez de vacinas. Vou abrir um processo disciplinar contra as duas. Só faltou colocarem os vigilantes nessa nota”, ironizou.
Para o procurador municipal, essa decisão é injusta e corporativista, tendo como objetivo livrar o gerente da UPA-Leste de qualquer punição. Para ele, vive-se um momento de escassez de vacina e não é justo se privilegiar trabalhadores que não estão em contato direto com os doentes de covid, em detrimento de quem está, de fato, na linha de frente.
“Diploma não dá prioridade a ninguém. O que dá prioridade é o exercício da função, estar no ‘front’ na luta contra a covid-19. A pessoa pode ser dentista ou médico, mas se ele nunca mais atuou, ele tem direito a ser prioridade?”, indagou.
Veja a nota da Semusa
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