Confira a coluna de Victoria Bacon
Siuara Carla está desempregada há um ano. Formada em biomedicina, vende doces e estuda para concurso / Foto: Minervino Júnior/CB/DA.Press
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A busca por trabalho no Brasil tem se tornado rotina. Atingimos nessa quinta-feira (25) o pior cenário com mais de 45 mil postos cortados no último mês (março). O Desemprego no comércio foi o setor que mais fechou vagas em março. Os números também representam o pior resultado para março desde 2017. Comércio foi o setor com maior número de postos formais encerrados. Houve aumento de oportunidades em trabalho intermitente e em regime parcial.
Os setores que mais desempregaram foram comércio, com saldo negativo de 28.803 vagas; agropecuária (-9.545); construção civil (-7.781); indústria de transformação (-3.080) e serviços industriais de utilidade pública (-662).
No Brasil a escalada do desemprego atualmente chegou a casa de 13,1 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE.
Se observarmos a população ocupada, incluindo empregados, empregadores e autônomos, totalizava 92,1 milhões em fevereiro, 1 milhão a menos da mesma base de comparação. Nada menos do que 13,1 milhões de pessoas estavam desempregadas.
A região que mais sofreu foi a Nordeste que registrou mais da metade das vagas de emprego perdidas em março. Uma imensa tragédia social, o pior março desde 2017. Acaba sendo uma frustração até mesmo na avaliação de experientes consultorias do ramo, que esperavam um saldo positivo de empregos, que, na verdade, não veio. É o reflexo direto da falta de governo e de políticas que gerem emprego e renda.
Em Porto Velho, temos milhares de adolescentes, todos já em idade de ingressar no mercado de trabalho, estão desesperados, em busca de pelo menos uma oportunidade. Numa Capital que já passou dos 550 mil habitantes, há pelo menos 42 mil jovens na faixa etária dos 15 aos 19 anos, milhares deles sem acesso ao mercado de trabalho.
O Estado de Rondônia ainda a forte tendência da economia vinculada na dependência do contracheque, quem não consegue entrar para o serviço público, tem muito pouca opção. O número de indústrias é pífio demais e mesmo assim, as que existem não dão espaço para principiantes. O comércio ainda é uma porta e o setor de serviços também. Há ainda a esperança no agronegócio, mas daí são mais produções familiares, restritas a pequenos grupos.
Assistimos desnorteados um quantitativo enorme de jovens distribuindo currículos, pedindo apoio, batendo nas portas, gritando por uma chance. Esses adolescentes, um pouco mais de homens que mulheres, representam apenas 7,6 por cento da população, mas é entre eles que temos o maior número de desempregados. É o retrato mais triste e desolador da crise econômica no Brasil!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!