COMO SERÁ?: Rondoniense de 3.000 anos terá a face revelada na Campus Party

A curiosidade para saber como seria o rosto do habitante até então datado como o mais antigo de Rondônia será finalmente revelado

COMO SERÁ?: Rondoniense de 3.000 anos terá a face revelada na Campus Party

Foto: Divulgação

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A reconstrução facial forense é uma técnica muito usada no meio policial para devolver o rosto de uma vítima de crime a partir do seu crânio. Constantemente abordada em seriados como CSI e Bones, ela também é bastante utilizada para reconstruir faces advindas de esqueletos encontrados em escavações arqueológicas.

 

Muita gente não sabe, mas em Rondônia existem escavações arqueológicas e dentre restos de cerâmicas e outros elementos que denotam a presença de civilizações pré-históricas, também foram encontrados crânios pertencentes à povos e justamente um destes crânios receberá uma face que será revelada durante a Campus Party, evento mundial que pela primeira vez será realizada no norte do Brasil e Rondônia foi o estado escolhido para sediar este grande acontecimento que reunirá milhares de participantes entre 1 e 5 de agosto de 2018.

 

O projeto começou há alguns meses, quando o 3D designer Cicero Moraes foi convidado para ser um dos principais palestrantes do evento. Moraes e os organizadores entraram em contato com a paleontóloga Dra. Ednair Rodrigues do Nascimento, Diretora do Museu da Memória Rondoniense e iniciaram as conversações acerca da possibilidade de reconstruir algum crânio arqueológico pertencente ao acervo.

 

Frente ao interesse da instituição, a Dra. Adriana Cristina da Silva Nunes, pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia, que desenvolve pesquisa com o material, foi consultada e autorizou que o crânio fosse digitalizado em 3D através de um processo conhecido como fotogrametria.

 

Ficou a cargo das fotos, necessárias para a metodologia aplicada, o fotógrafo Augusto Gomes. Ele executou 72 tomadas fotográficas em círculo para abordar as partes mais importantes do crânio. Essas fotos foram então enviadas a um software que as converteu automaticamente em um objeto 3D, ou seja, a representação digital do crânio.

 

Para reforçar os parâmetros de análise, o crânio foi enviado ao Perito Oficial do IML do Rio de Janeiro, o Dr. Marcos Paulo Salles Machado, para que, sem saber de quem se tratava, fizesse uma análise cega da peça, aferindo o sexo, idade e ancestralidade.

 

Só então o processo de reconstrução facial foi iniciado e o resultado poderá ser apreciado durante a Campus Party Rondônia. Depois da revelação da face todos os resultados serão disponibilizados abertamente aos interessados através da Wikipédia com licença livre.

 

Campus Party

A Campus Party é um dos maiores encontros de tecnologia nas temáticas que envolvem IoT, blockchain, cultura maker, educação e empreendedorismo. Chega pela primeira vez a região norte do Brasil nos próximos meses.

 

A capital de Rondônia, Porto Velho, sediará o evento, entre os dias 01 e 05 de agosto, no Sesi. A realização se dará em parceria com o Conselho de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Conder) e com o Governo do Estado de Rondônia.

 

A Campus Party conta hoje com mais de 550 mil campuseiros cadastrados em todo mundo, e já produziu edições em países como Espanha, Holanda, México, Argentina, Alemanha, Reino Unido, Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Equador. O evento está presente no Brasil há dez anos.

 

Museu da Memória Rondoniense

O Museu da Memória Rondoniense (Mero) é uma iniciativa caráter governamental. Tem como objetivo fomentar a cultural regional por meio do espaço museal. Localizado no antigo Palácio do Governo, reúne os acervos do Museu Estadual de Rondônia, as obras de artes do Estado e o Centro de Documentação Histórica.

 

O espaço apresenta exposição temporária e de longa duração. Os acervos, documentos e obras estão disponíveis para consulta e pesquisa ao público geral. Atualmente o Museu conta com um laboratório de análise arqueológica, sala de pesquisa, salas de exposição e auditório. Este espaço agrega não só acervos históricos e pré-históricos, bem como a cultura e a memória local, apresentando um acervo variado com documentos históricos, obras de artes, fósseis, minerais, rochas e materiais arqueológicos tem mais de 2 mil peças catalogadas, recebe diariamente pesquisadores, estudantes e turistas.

 

3D Designer

A motivação para estudar reconstrução facial forense veio após um trauma sofrido durante um assalto em 2011.

 

Cícero Moraes ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Cícero_Moraes ) é um 3D designer brasileiro especializado em reconstrução facial forense, projeto e confecção de próteses faciais humanas, próteses veterinárias, planejamento de cirurgias faciais, reconstrução de cenas de crimes, recuperação digital de patrimônio arqueológico e o desenvolvimento de add-ons em Python para o Blender nas áreas de cirurgia ortognática, ortodontia e rinoplastia. Por suas contribuições recebeu diversas honrarias dentre elas: a Comenda Colonizador Enio Pipino (2014), Título de Cidadão Mato-Grossense (2015),  Reconhecimento por parte do Governo Regional de Lambayeque (Peru) pela reconstrução facial do Senhor de Sipán (2017) e a Medalha Inca Garcilaso de la Vega (2017). Seus trabalhos foram noticiados nos principais meios de comunicação do mundo e as publicações foram traduzidas para mais de 100 idiomas, contemplando o número de quase sete bilhões de falantes.

 

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