Mesmo com a alta nesta sexta-feira, moeda americana acumulou baixa de 4,35% na semana e de 10,47% em cinco semanas
Foto: Divulgação
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O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, puxado por indicações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de que a autoridade monetária deve continuar fazendo intervenções no mercado cambial. O avanço desta sessão não impediu a moeda americana de acumular sua quinta semana consecutiva de perdas.
A alta do dólar foi de 0,61%, a 3,23 reais - na mínima do dia, a cotação chegou a descer a 3,19 reais. Na semana, em contrapartida, houve baixa de 4,35%, e, nas últimas cinco semanas, de 10,47%. A divisa havia despencado 11,05% só em junho, a maior queda mensal em treze anos, aproximando-se do patamar de 3,20 reais.
Nesta sexta, pela primeira vez desde a posse de Goldfajn, o BC utilizou o chamado leilão de swap cambial reverso, instrumento equivalente à compra futura de dólares. O leilão foi anunciado após a moeda americana cair fortemente nos últimos dias.
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Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Ilan disse que foram abertas as condições internacionais e domésticas para reduzir os estoques de swaps cambiais tradicionais - correspondentes à venda futura de dólares - e que seu objetivo era manter o regime de câmbio flutuante. O presidente do BC disse ainda que, nas economias emergentes, as flutuações do câmbio não são "puras".
"Ilan veio a público para forçar o câmbio a corrigir exageros, deixar claro que está de olho", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
O BC realizou nesta sessão o primeiro leilão de swaps reversos desde 18 de maio, vendendo o lote total de até 1.000 contratos. A ausência do BC vinha alimentando entre investidores a percepção de que Ilan estaria mais disposto a tolerar cotações do dólar mais baixas do que seu antecessor, Alexandre Tombini. Alguns operadores cogitavam que o BC de Tombini poderia ter como objetivo proteger as exportações da queda do dólar.
Tombini fez uso intenso de swaps reversos para diminuir a exposição cambial do BC, com o estoque de swaps tradicionais caindo de mais de 100 bilhões de dólares no ano passado para pouco mais de 60 bilhões de dólares agora. A operação desta sessão equivaleu à compra futura de 500 milhões de dólares.
"Ao que tudo indica, não se trata de defesa de nível ou sinalização de piso (para a cotação), mas apenas a cumprimento do que Illan tem sinalizado quanto ao desmonte gradual da exposição cambial (...) bem como ao natural controle de excessos no mercado cambial", escreveram analistas da corretora H. Commcor em nota a clientes.
Bolsa - A bolsa brasileira subiu pelo quarto pregão seguido nesta sexta-feira, com o mercado ainda à espera de medidas de estímulo de bancos centrais ao redor do mundo ante a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.
No fim da sessão, o Ibovespa ganhou 1,37%, a 52.233 pontos, superando importante barreira técnica aos 52 mil pontos. Na semana, o índice ganhou 4,25 por cento. O giro financeiro somou 7,4 bilhões de reais.
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