Professores, técnicos e alunos lançam manifesto pela ´democracia`
Foto: Divulgação
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Professores, técnicos, alunos e ex-alunos da Unir, campus de Vilhena, divulgaram um manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito na noite desta quarta-feira (20/04). O movimento, iniciado dois dias antes, repudia a postura dos deputados federais na condução do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).
A ação irá se estender para toda a comunidade vilhenense nos próximos dias, com a discussão do atual cenário político nacional, estadual e local.
Abaixo segue o manifesto.
Iniciativa “Democracia Vilhenense” por um Movimento Democrático
Nós abaixo assinados – professores, técnicos, estudantes e ex-estudantes membros da comunidade acadêmica da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) no campus de Vilhena –, perante o contexto político que se apresenta, em especial após a votação do processo de impeachment/golpe no último domingo (17 de abril), sentimo-nos – enquanto partícipes do processo democrático e cidadãos preocupados com o destino do país – na obrigação de externar aqui o temor e a sensação de abandono resultantes da violação flagrante do Estado Democrático de Direito transmitida ao vivo em rede nacional. Nossa preocupação encontra ecos em instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), além de diversas outras Universidades brasileiras que se atentam às repercussões que possam emergir a partir do resultado da Câmara e das etapas seguintes previstas para o Senado e para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Considerando a forma como o tema foi tratado ao longo do período que precedeu à votação, destacando-se, de maneira geral, a postura tendenciosa assumida pela mídia brasileira, percebemos com receio o protagonismo de correntes ideológicas que ainda assombram o processo democrático duramente conquistado pelo povo brasileiro há pouco mais de três décadas. Tal afirmação vai ao encontro das análises conjunturais e políticas emitidas pela imprensa mundial, em especial, nos momentos posteriores à sessão da Câmara de Deputados. É componente essencial da nossa percepção que está em curso um processo cujos resultados, a longo prazo, serão o enfraquecimento das instituições democráticas brasileiras e o favorecimento de interesses que não percebemos como compatíveis com a consolidação da jovem democracia em que vivemos e com o avanço social conquistado nas últimas décadas.
Incomoda-nos também o espetáculo da votação na “Casa do Povo”, bem como os posicionamentos apresentados pelos deputados em seus discursos. O desrespeito contumaz à discordância – aliado ao machismo, à homofobia e a outras formas de preconceito – que afogou em vaias os votos de deputadas e deputados contrários ao processo e a evocação religiosa como guia das decisões de foro público – fato incompatível no âmbito político de um país constitucionalmente laico –, bem como a deplorável homenagem a um torturador, apresentam a nosso ver, a falta de comprometimento e preocupação daqueles representantes com a correição e imparcialidade dos votos declarados.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!