Polícia Civil conclui investigação sobre morte de trabalhadores rurais.
Foto: Divulgação
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Nesta sexta-feira, 11.03, a Polícia Civil em Ariquemes concluiu a investigação policial referente à morte de um, e desaparecimento de outro, trabalhador rural sem terra, ocorrida na Fazenda Tucumã, localizada em Cujubim, ocorrida em 31 de janeiro de 2016.Segundo o Delegado Regional de Polícia Civil, Dr. Thiago Flores, a investigação se iniciou logo após os fatos, chegando ao seu desfecho com a identificação e individualização de condutas, além da prisão dos envolvidos, restando apenas um como foragido.
O Delegado Regional ainda ressaltou o relevante trabalho realizado pela PM, especialmente no enfrentamento dos conflitos agrários, agradecendo na pessoa do Comandante do 7ºBPM, Coronel Crispim, pelo apoio prestado.
Entenda o caso
Conforme apontaram as investigações, a fazenda estava ocupada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia, sendo deferida medida judicial de reintegração de posse no processo cível 0000889-37.2015.8.22.0002, a qual foi cumprida pela Polícia Militar sem qualquer incidente. Já era a segunda reintegração do local, cuja decisão judicial ainda impôs afastamento de 10 km do local e multa de R$ 100 mil reais por invasão.Com o objetivo de evitar novas invasões, o proprietário da fazenda teria contratado e colocado “seguranças armados”.
No dia seguinte à reintegração, cinco pessoas da LCP, que não estavam no dia da reintegração, foram até uma fazenda vizinha onde estacionaram um carro e seguiram a pé com intuito de buscar seus pertences na Fazenda Tucumã, mas foram recebidos a com disparos de armas de fogo.O grupo se dispersou e, horas depois, se reuniu novamente onde havia deixado o carro, quando novamente foram alvejados, se dispersando mais uma vez. Três saíram para o mesmo lado e salvaram suas vidas.
Dos outros dois, um foi visto caindo e levantando, não se sabe se por ter sido atingido ou apenas na tentativa de fugir. Depois disso não foi mais visto.O outro foi visto posteriormente na fazenda vizinha, tomando café, porém foi abordado pelo grupo contratado para “proteger” a Fazenda Tucumã e foi retirado dali juntamente com o carro em que chegou.No outro dia, o carro foi encontrado queimado e no seu interior havia um corpo carbonizado. Exames de DNA estão sendo realizados em Brasília, em fase final.
Na ocasião dos fatos a Polícia Militar realizou buscas por dois dias seguidos, com equipes táticas e cães farejadores, mas não obteve sucesso. Recentemente a PM voltou ao local, mas também não conseguiu localizar nada.Durante as ações policiais seguintes à localização do corpo, a força tarefa “Mutatis Mutandi” da PM conseguiu encontrar um arsenal num veículo e numa casa e deteve três pessoas, sendo que uma quarta teria conseguido fugir do cerco. Das pessoas apresentadas na Delegacia de Polícia, uma não estaria relacionada com os fatos e duas confessaram ser “caseiros” e ter a posse de parte das armas, sendo autuados em flagrante.
Deflagradas as investigações pela Polícia Civil, se descobriu que ainda faziam parte do grupo de “seguranças” um policial militar reformado e dois da ativa, também quem era o dono do veículo, além do dono da propriedade rural.A apuração evidenciou que o proprietário da fazenda tinha plena consciência do poderio bélico das pessoas que estava contratando, cuja finalidade era evitar novas invasões a qualquer custo.A cada evolução da fase investigativa, a Polícia Civil representou pelas prisões dos todos os envolvidos, sendo deferidas pelo Poder Judiciário, e cumpridas pela polícia sem atrapalhar os passos seguintes da investigação.
Já havia sido preso o dono do veículo e depois o do dono da fazenda. Na última quinta-feira, 10.03, os policiais militares da ativa foram recolhidos.O cumprimento de prisões, especialmente dos militares, teve apoio da PM.O policial militar reformado se encontra foragido e as diligências seguem para sua localização e prisão.
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