Fiscalização percorre propriedades para identificar responsáveis por queimadas
Foto: Divulgação
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Somente nos primeiros 17 dias de agosto, foram detectados pelos 10 satélites de monitoramento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
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No lote 143 –Gleba Baixo Candeias- da Linha A-02, além de mais de 250 hectares derrubados e queimados, foram encontrados reservatórios de material inflamável, cartuchos de balas calibre 20mm e as porteiras estavam trancadas com correntes e cadeados. No quilômetro 1 da Linha 09, há uma encosta de morro e uma área em frente que, somadas, ultrapassam 200 hectares de queimada criminosa.
Os agentes ambientais da Sedam verificaram a área e pediram informações a diversas pessoas presentes na sede da fazenda sobre os nomes do proprietário ou responsável, porém todos disseram que eram amigos de funcionários ou que estavam apenas de passagem e não os conheciam.
“É sempre a mesma coisa. Quando nos veem, tratam de se esconder e mandam dizer que não estão”, constatou Paulo Araújo, agente de proteção ambiental da Sedam, responsável pelo monitoramento e identificação dos responsáveis pelas queimadas em Rondônia. “Nada disso vai livrá-los das penalidades legais e criminais, pois temos provas suficientes, tanto de monitoramento via satélite, quanto fotos e filmagens dos ilícitos”, advertiu.
Assim que identificados, os responsáveis serão indiciados, legal e criminalmente, e as multas poderão chegar a mais de R$ 10 milhões.
“Olhando esta destruição, me lembro das cenas de filmes sobre as guerras medievais, com os campos de batalha esfumaçados pela queima dos corpos dos mortos. As nossas matas e animais estão sendo dizimados por criminosos irresponsáveis”, desabafou Paulo Araújo.
NÚMEROS NEGATIVOS
As previsões para o mês de agosto deste ano, feitas pela Coordenação de Geociência (Cogeo) da Sedam, não são nada animadoras, pois até o dia 17 já foram registrados mais focos de incêndios que no mesmo período de 2010, ano recorde em queimadas, desde que iniciou a série de registros, com 15 mil no mês de agosto inteiro.
“Com certeza bateremos este doloroso recorde este ano”, afirmou Fábio Adriano da Cogeo, segundo o qual, nos 31 dias do mês de agosto de 2014 foram registradas 10 mil queimadas. ”O pior ainda está por vir, pois de setembro a novembro a tendência é aumentar”, prevê Fábio.
Araújo informou que a multa para o crime de derrubada ilegal de matas nativas é de R$ 5 mil, por hectare; e para o crime de queimada, é de R$ 1 mil. “Como as áreas identificadas têm, em média, 200 hectares, cada responsável pagará aos cofres públicos mais de R$ 1 milhão”.
Paulo lembrou que existem outras maneiras de se limpar uma área para plantio ou pastagem, com menos impacto ambiental e dentro da legalidade, como os sistemas agroflorestais, o sistema plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), entre outras.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!