Sepaz utiliza música na reinserção social de adolescentes

Sepaz utiliza música na reinserção social de adolescentes

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Foto: Divulgação

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Desde os tempos mais remotos, a música ocupa um lugar na vida das pessoas, seja como expressão de cultura ou como forma de confraternização e alegria, fatores importantes para o desenvolvimento social e interpessoal, que passa a ser um importante meio de comunicação. É com essa visão que o Governo de Rondônia implantou o projeto “Tocando Serenidade”, que atendeu recentemente aos internos do Centro Socioducativo de Ariquemes (Cesea).
O projeto é desenvolvido há quase um ano pela Sepaz como uma atividade socioeducativa, com a promoção de aulas de música com flauta doce, treinamento das habilidades sociais para os adolescentes internos e acompanhamento psicológico e psicopedagogo. Atualmente, o Cesea tem 20 internos, e desses, quatro participam do “Tocando Serenidade”.
“A música passa a ser um meio de comunicação entre o aluno e a professora. Quando o aluno não consegue expor seus pensamentos e conflitos psicológicos de forma natural, consegue por meio da música a projetá-los. É o momento em que o profissional identifica o que antes estava oculto, e pode traçar estratégias de enfrentamento”, explicou a psicóloga da Sepaz, Eliude Martins.
Antes de completar 18 anos, o adolescente de inciais IHCR passou pelo Cesea várias vezes, porém, na última passagem, ele participou do projeto, que lhe possibilitou mudança significativa dentro da unidade. Após a desinternação, ele passou a trabalhar e atualmente faz parte da orquestra da igreja onde congrega.
“Tocando na Serenidade causou um impacto positivo na vida do jovem, pois hoje ele não se sente mais vítima. Reconhece seu valor como um cidadão”, afirmou a professora psicopedagoga, Amaildes Barreira, responsável pelo projeto no Cesea.
O diretor da unidade de internação, Ednaldo Gomes Araújo, conta que quando a equipe propôs implantar o projeto, ele ficou desconfiado, pois outras pessoas haviam prometido desenvolver atividades socioeducativas e pedagógicas e não cumpriram, gerando expectativas na equipe e nos adolescentes.
De acordo com o diretor, mesmo assim ele e a equipe, que é formada por 39 servidores, decidiu apoiar a iniciativa. “Hoje, perto de completar um ano, o projeto continua sendo desenvolvido e com resultados. Ver os alunos tocando é emocionante”, destacou Araújo.
TERAPÊUTICA
Para a professora Amaildes, a música, além de ser terapêutica, torna-se uma ferramenta valiosa no processo de transformação da realidade dos adolescentes, proporcionando alívio das tensões, aumento da autoestima, divertimento e prazer, sensações que são buscadas por eles, muitas vezes, de forma prejudicial para sua vida.
O adolescente JCJ, de 15 anos, há sete meses foi internado pela segunda vez, e desde então participa das aulas de flauta. Para ele, a música é um passatempo dentro da unidade e faz com que, no momento em que toca a flauta, sinta paz e segurança. “Quando toco a flauta e ouço a melodia, só penso em coisas boas, como minha família. Me faz querer mudar, dá vontade de voltar a estudar e trabalhar”, pontuou.
Para Eliude, a flauta doce, pelo fato de diminuir a ansiedade e a agressividade, é mais uma ferramenta para trabalhar com adolescentes em medida socioeducativa de internação.
Também na segunda passagem pela unidade, WSS, de 16 anos, desde fevereiro participa do projeto. “Já toca músicas com leitura absoluta de notas, inclusive o Hino Nacional”, conta a professora Amaildes.
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