Os agentes acusam também que estão trabalhando com os coletes fora do prazo de validade e as armas para uso de trabalho estão velhas e algumas até em desuso porque falham.
Foto: Divulgação
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Os agentes penitenciários em Porto Velho, que atendem a Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo, o “Urso Panda”, presídio localizado na Estrada da Penal, estão desesperados em relação à segurança do local desde que foi determinado no ano passado o fim da revista íntima dada pelo juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Renato Bonifácio de Melo Dias, que trabalha como juiz corregedor permanente dos presídios.
Muita droga e celulares agora passam depois que a revista íntima foi proibida nos presídios. Só revistas posteriores nas celas é que são encontrados os objetos.
A denúncia que chegou até a redação do Rondoniaovivo feita por servidores, que prefiram não ser identificados, relata que o presídio conta hoje com 15 agentes para cuidar mais de 800 presos, sendo que o comércio de substância entorpecente dentro das cadeias está muito grande, pois já saiu do controle desde a suspensão da revista íntima.
O “Urso Panda” hoje conta apenas com um aparelho detector de metais e que não funciona de forma eficaz e que permita com o que os agentes tenham segurança. “Se a pessoa estiver com uma arma e passar por ele, nem sempre o detector acusa o objeto”, conta um dos agentes.
Entre outras situações precárias e que colocam todos em risco iminente consta que os agentes estão sem nenhum tipo de material para trabalhar com revista íntima – como um aparelho de raio-x em funcionamento ou scanner corporal e que possibilitariam uma revista íntima de forma segura e digna, não contrariando assim a determinação do juiz.
Os agentes acusam também que estão trabalhando com os coletes fora do prazo de validade e as armas para uso de trabalho estão velhas e algumas até em desuso porque falham (confira fotos no álbum, abaixo do vídeo). “As munições são velhas também”, contou um agente. Ressaltando que eles não podem utilizar armas de fogo particulares e sim armas que pertencem a corporação, que, de acordo com eles, estão velhas. Eles alegaram que sentem "abandonados" pelo Governo, que deveria dar suporte e condições melhores para que a equipe pudesse agir e trabalhar com mais segurança.
O negócio no “Urso Panda” está tão fora de controle que muitos presidiários estão tendo acesso a redes sociais através de smartphones que os próprios familiares levam para dentro. Segundo os servidores, utilizam os celulares até mesmo para intimidá-los com ameaças após eles deixarem o plantão.
O local é considerado pelos agentes penitenciários como um “barril de pólvora”, pois eles não têm como controlar a situação interna do presídio entre os presos, que desta forma estão ganhando força nas celas.
Eles alegam que o Governo não disponibiliza de equipamentos novos para a segurança dos agentes e que nada é feito pela classe.
“A qualquer momento pode acontecer uma fuga em massa de presos, dentre eles alguns de alta periculosidade”, relataram.
Após as visitas dos familiares os agentes penitenciários tem que fazer a revista de rotina nas cela e estão encontrando uma grande quantidade de drogas (cocaína e maconha) e armas brancas (facas) que as famílias levam, pois já encontram facilidade para entrar com qualquer coisa escondida no corpo. O número de objetos ilegais apreendidos cresceu assustadoramente em comparação ao que antes da determinação judicial. "Fazemos a revista minuciosa nas celas, mas pode passar algo que não conseguimos detectar ou ver. Isso é algo que nos preocupa muito", disse um dos agentes.
Armas velhas e coletes fora de validade fazem parte da rotina dos agentes penitenciários que lidam com mais de 800 presos.
Os agentes alegam falta de pulso por parte do sindicato da categoria em mostrar ao Governo que a precariedade da situação no presídio “Urso Panda” pode provocar uma tragédia no sistema carcerário.
Em dezembro do ano passado, no entanto, o Singeperon (Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia) chegou a protocolar um pedido de providências na 1ª Vara de Execuções Penais e Contravenções Penais da Comarca de Porto Velho e na Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) relatando sobre os perigos da suspenção da revista íntima e os problemas que isso acarretaria. Até o momento não havia retorno de tais providências.
Os agentes relataram que se sentem acuados e isolados diante dos problemas que estão ocorrendo no presídio e que deve atingir os outros em Rondônia. Eles esperam mais apoio e retorno tanto do sindicato da categoria quanto do Governo, antes que seja tarde, pois a situação está ficando cada vez mais insustentável
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