As escutas ilegais teriam ocorrido em pelo menos uma das operações recentes da Polícia Civil - a Hidra de Lerna, que desmontou uma suposta quadrilha no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Foto: Divulgação
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O procurador geral de justiça de Rondônia, Héverton Alves de Aguiar, considera sem precedentes a denúncia de que a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia, por meio da Polícia Civil, possa ter feito escutas telefônicas clandestinas contra um número indeterminado de pessoas. Na manhã desta segunda-feira, o Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual identificou a existência de um inquérito no âmbito da própria Polícia Civil para apurar as escutas telefônicas sem autorização judicial. O inquérito foi aberto às pressas, possivelmente numa antecipação a qualquer investigação externa. A coluna Painel Político, assinada pelo jornalista Alan Alex trouxe à tona o caso dos grampos.
As escutas ilegais teriam ocorrido em pelo menos uma das operações recentes da Polícia Civil – a Hidra de Lerna, que desmontou uma suposta quadrilha no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
No entanto, segundo informações, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, José Hermínio Coelho (PSD), teria sido vítima de uma dessas escutas clandestinas plantadas a partir da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
Hermínio é oposição ao governador Confúcio Moura (PMDB) e tem feito graves denúncias de corrupção contra o chefe do Poder Executivo e seus parentes, como o cunhado Francisco de Assis e a irmã, Cláudia Moura.
Um delegado da Polícia Civil que acompanhava inquéritos em andamento naquela delegacia e no 1º DP da capital, visando resguardar-se contra qualquer tentativa de seus colegas e superiores de responsabilizá-lo pelo crime, registrou dois boletins de ocorrência narrando o acontecido.
Ele percebeu, nos relatórios de renovações de pedidos judiciais de escutas, que alguns números foram inseridos sem autorização do Poder Judiciário. Um desses números seria do presidente da Assembleia.
Ao viajar para São Paulo, novamente o delegado perecebeu a mesma irregularidade – e regisrou outro boletim de ocorrência.
Nesta segunda-feira, se dizendo preocupado com o que possa estar ocorrendo, o procurador geral de Justiça afirmou que o MP está trabalhando intensamente no caso, pois se trata de algo sem precedentes no Estado. “Caso isso se confirme, estaríamos diante de uma polícia de Governo, não uma polícia de Estado”, enfatizou o procurador.
AUDITORIA NO GUARDIÃO Hérverton Aguiar disse ainda que o sistema conhecido como “Guardião” passará por uma auditoria com apoio do fabricante. “A memória do Guardião armazena tudo. Não tem como apagar sem deixar provas. O procedimento é copiar todos os números telefônicos ali inseridos e checar com os pedidos de escutas telefônicas autorizados pela justiça”, explicou.
Recentemente, o presidente da Assembleia Legislativa denunciou, no plenário, que havia sido alertado por alguém da Polícia Civil que seus telefones estavam grampeados clandestinamente por ordem do secretário Marcelo Bessa, da Segurança Pública, um delegado oriundo da Polícia Federal. Bessa negou.
Após a realização da Operação Apocalipse, que resultou no afastamento temporário de Hermínio e de outros parlamentares, além da prisão de vários acusados, voiltou a surgir a suspeita de que seus telefones tenham sido grampeados clandestinamente. Para complicar ainda mais a situação, o próprio Hérverton Aguiar teria sido vítima dos grampos ilegais da Secretaria de Seguraça Pública.
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