As últimas 48 horas na Câmara de Vereadores de Porto Velho foi de extrema tensão em decorrência da sessão plenária de terça-feira 19 que desobstruiu a pauta através da votação de várias matérias polêmicas. Discussões, acusações e bate-boca em pleno corredor da Casa entre vereadores opositores e da situação finalizaram o clima de animosidade que começou na noite anterior.
O primeiro sinal que a noite seria longa aconteceu por volta das 19 horas quando houve um bate-boca entre dois vereadores (um deles o Edmilson da Dimples – PSDB) que tinham opiniões divergentes sobre as matérias que seriam votadas. Na extensa pauta, pelo menos duas matérias aprovadas no final da noite de terça-feira geraram insatisfações que foram “rediscutidas” quase aos tapas na manhã de quarta.
A primeira briga estava formada logo cedo: os vereadores José Wildes (PT) e Dindin (PSL) não gostaram da postagem feita na rede social (Facebook) dando conta que eles votaram a favor do veto à Lei da Transparência. A lei permitiria que a Câmara tivesse acesso mais rápido a todos os gastos e licitações da Prefeitura, evitando atos ilícitos ocorridos na gestão passada. A lei foi aprovada em 2012 e vetada integralmente.
A maioria decidiu pela manutenção do veto e agora a Prefeitura está com caminho aberto para não dar tantas satisfações assim á Câmara Municipal. A postagem foi feita pelo vereador Everaldo Fogaça (PTB) que logo pela manhã passou a ser criticado por ter dado publicidade ao assunto na rede social. Até então a insatisfação estava camuflada dentro dos gabinetes, mas logo ganhou os corredores da Câmara.
Na noite anterior, a Casa havia aprovado uma Resolução que garantia aumento da gratificação a quatro servidores do Setor Financeiro. A medida também deixou irritados outros servidores que se sentiram desprestigiados. A briga foi parar na Presidência que resolveu revogar a Resolução. A situação dos servidores foi contornada, mas acabou sendo usada de precedente para iniciar uma discussão entre vereadores.
VEREADOR CERCADO
Na saída da Presidência, o vereador Everaldo Fogaça foi cercado pelos vereadores Din Din (PSL), José Wildes (PT), Edemilson da Dimples (PSDB) e Jurandir Bengala (PT) para que Fogaça justificasse a publicação da ficha de votação da lei da transparência. O bate-boca começou e por pouco não acabou em vais de fato. Bengala, o mais exaltado, teve que ser contido pelo vereador Márcio do Sitetuperon (PSB) – outro que votou a favor.
EPIFÂNIA BARBOSA E ANA DA 8
O desentendimento também foi ocasionado por algumas declarações feitas em plenária por vereadores que se sentiram traídos por companheiros do parlamento na solenidade que homenageou as deputadas Ana da 8 (PT do B) e Epifânia Barbosa (PT).
Segundo as declarações de alguns vereadores, eles assinaram o requerimento dos colegas para a realização da solenidade de homenagem ao Dia das Mulheres sem saber que as duas figuravam na lista das homenageadas. È que o requerimento foi assinado sem a apresentação da lista.
Estavam ainda próximos à discussão os vereadores Cabo Anjos (PDT) e Fatinha (PT) que nada disseram ou fizeram, apenas votaram contra a maioria para manter o veto á Lei da transparência.
MOTOTAXIS
Tão logo a briga terminou, vários vereadores deram “folga” aos seus comissionados e a Câmara ficou deserta. Poucos foram os vereadores apareceram para a reunião com os mototaxistas que querem a reformulação da Lei 1856/2009 (que autoriza o serviço de mototáxi no município).
Vereadores contra a lei da Transparência:
Os vereadores do PT – Fatinha, José Wildes, Sid Orleans e Bengala;
PDT Cabo Anjos; DO PSB Valter Canuto e, Marcio do Sitetuperon; PRB - Pastor Delso; PMDB - Ana Negreiros; PSL - Dim Dim e PSDB - Edmilson da Dimples.
Favoráveis ao projeto que instituía transparência: Everaldo Fogaça - PTB, Léo Moraes - PTB, Marcelo Reis - PV, Eduardo Rodrigues - PV, Chico Lata - PP, Aélcio da TV - PP, Ellis Regina - PCdoB, Jair Montes – PTC e Cláudio da Padaria - PCdoB.