Do ponto de vista botânico, um repolho é um aglomerado de folhas mais ou menos esféricas. A maior parte das couves são repolhos, ainda que algumas, como a couve-flor e brócolis, são inflorescências.
Repolho e couve
Todas as variedades atuais das couves derivam da couve silvestre, que ainda pode ser encontrada na costa atlântica da França e da Inglaterra. De acordo com a parte da planta em que se concentra sua energia de crescimento, obtemos as diferentes variedades de couves:
• Nas folhas: couve, repolho-branco, repolho roxo, repolho-crespo
• Nas inflorescências: couve-flor, brócolis
• Na base do talo (bulbo): couve-rábano
• Nos brotos: couve-de-bruxelas
As couves já eram usadas como alimento desde a época grego-romana. Os gregos, além de apreciá-las como alimento, descobriram suas propriedades medicinais. Hipócrates, Galeno e Dioscórides exaltaram as virtudes dietoterapêuticas das couves. Catão o velho, filósofo romano do século 2 a.C. declarava que “se os romanos viveram sem médicos mais de seis séculos, o mérito deveria atribuir-se ao consumo das couves”.
Durante toda a história as couves foram consideradas alimento próprio de pessoas humildes e de pouca distinção social. Esse conceito um tanto depreciativo das couves mudou radicalmente há algumas décadas quando se descobriu seu grande potencial anticancerígeno: as couves contém substâncias capazes de impedir a formação de tumores malignos e, inclusive, deter seu crescimento. Além dessa ação anticancerígena, as couves têm muitas outras propriedades dietoterapêuticas e medicinais.
As gorduras das couves são proporcionalmente escassas e têm grande importância preventiva e curativa. Dissolvidas nelas encontram-se as substâncias sulfuradas - responsáveis pela maior parte de suas ações medicinais - identificadas atualmente como elementos fitoquímicos.
São especialmente ricas em beta-caroteno (provitamina A) e vitamina C, ainda que contenham quantidades significativas de vitaminas B,E e K.
Todas as couves em geral são ricas em potássio e muito pobres em sódio, o que faz muito apreciadas em caso de hipertensão ou de retenção de líquidos (edemas). Também contém bastante cálcio, fósforo, ferro e magnésio, assim como grande variedade de oligoelementos, entre os quais se destaca o enxofre.
Em muitos experimentos realizados com animais de laboratório (quase sempre ratos) foi comprovada a ação anticancerígena das couves e, em geral, de todos os vegetais da família das crucíferas. Em todas as pesquisas constatou-se que os animais alimentados com couves não desenvolveram tumores, mesmo que se submetam à ação de potentes cancerígenos como o benzopireno que se encontra na fumaça do cigarro.
Modo de usar
As folhas cruas tenras picadas bem fino, podem ser consumidas em salada temperada com azeite de oliva e limão.
Ma forma de suco batido em liquidificador. Tomar de duas colheradas a meio copo antes de cada refeição (com o estômago vazio).
Para conservar ao máximo as propriedades medicinais recomenda-se evitar o excesso de cozimento. Os alimentos fitoquímicos do tipo sulfuroso são sensíveis ao calor e desaparecem com o cozimento prolongado. A forma ideal, nesse caso, é cozinhar ao vapor.
Para reduzir o efeito flatulento dos repolhos deve-se escolher as folhas mais novas, cortá-las bem fino e, após suave cozimento, temperá-las com azeite, limão e ervas de ação contra flatulência (funcho, cominho,orégano, etc) deve-se mastigá-las devagar e salivá-las bem e não consumi-las com outras verduras e hortaliças ricas em celulose, cereais integrais ou farelos.
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