O secretário Edson Vicente, recebeu a autorização de exportação das mãos do ministro da pesca
O governo federal liberou esta semana a exportação do pirarucu produzido em cativeiro. A autorização só vale inicialmente para o estado de Rondônia, onde será desenvolvido um projeto piloto. Pela instrução normativa assinada quarta-feira (21) em Brasília pelo ministro Luiz Sérgio (Pesca e Aquicultura) e o presidente do Ibama, Curt Trennepohl, os peixes deverão ser cadastrados eletronicamente por meio de microchips. A solenidade realizada no Ministério da Pesca, contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico e Social, Edson Vicente, que representou o governador Confúcio Moura.
De acordo com o secretário estadual do Desenvolvimento, Edson Vicente, a decisão chega num momento importante para a aqüicultura do estado. “Pela primeira vez, Rondônia recebe autorização para exportar a carne do pirarucu produzido em cativeiro, por produtores que serão cadastrados pelo Ibama”, diz Vicente. “Existe uma expectativa de atingir a produção Recorde até 2015, sendo que hoje um terço do mercado dos Estados Unidos já é capaz de absorver imediatamente toda a produção existente”, compara.
Durante a solenidade de assinatura, o representante da empresa Mar e Terra apresentou cinco contratos de intenção de compra de clientes da Alemanha, Japão, Estados Unidos e França. A Mar e Terra é uma das empresas que está vindo para Rondônia atraída pelas atividades voltadas à criação de pirarucu em cativeiro.
Além da iniciativa privada, Rondônia também avança com o Programa Água Produtiva executado pela secretaria Desenvolvimento Econômico e Social, e também através de projetos de pesquisas do Sebrae, que há três anos mantém um projeto piloto voltado para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à produção e reprodução do pirarucu em cativeiro.
Cadastro eletrônico
A Instrução Normativa estabelece critérios para o cadastramento de reprodutores de pirarucu em Rondônia. O objetivo é criar um “Marco Zero” no cultivo da espécie. Com isso os lotes de reprodutores, com identidade genética registrada em microchip eletrônico, vão gerar alevinos que possam ser rastreados e ter sua origem autenticada.
A partir de agora, o produtor que tiver interesse em comercializar o peixe criado em cativeiro terá até 90 dias para requerer, junto ao MPA/Ibama, uma vistoria em sua propriedade. Nesta visita serão cadastradas suas matrizes, destacando as principais características dos animais, dados que serão registrados no microchip, o que proporcionará ao produtor maior facilidade para exportar o produto.
Mercados como França, Alemanha e Japão já demonstraram interesse em importar o pirarucu, que é o maior peixe encontrado em rios e lagos do Brasil, chegando a atingir três metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos. Com sabor característico e carne de textura firme, o pirarucu é considerado o “bacalhau da Amazônia”.
“A aquicultura se apresenta como uma atividade alternativa que permite maior produção em menos espaço”, diz o presidente do Ibama. “Onde criamos um boi é possível criar toneladas de peixe, sem desmatar um hectare sequer”. Já o ministro do MPA, Luiz Sérgio, lembra que “Rondônia será o primeiro estado”. “Depois virão outros e a criação de pirarucus poderá se estender pelo Norte e Nordeste do país. Espero que logo o pirarucu seja servido em restaurantes de países como França, Alemanha e Japão”, diz.
A autorização atingirá apenas os peixes provenientes da aquicultura por produtores autorizados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e pelo Ibama. A comercialização do peixe capturado nos rios continuará sujeita a outras normas.