A riqueza cultural brasileira
É diversificada de valor inestimável
Advém do índio, do negro, do branco, que gerou esse povo uno
Constituída do imaginário primitivo coletivo de conteúdo adorável
Porém, querem que nós engulamos de goela abaixo
Raloin, tartaruga ninja, “papai” Noel... e os aceite de forma amável.
São mais de cinco séculos
Um povo construindo sua identidade
Uma nação multicultural
Identificada com nossa brasilidade
Mas, somos atentados e influenciados
Por lixos culturais importados sem autenticidade.
Pica Pau, Superman, Homem Aranha, Capitão America entre outros
Todos eles têm um forte conteúdo ideológico que não me engana
Até as cores desses personagens
Tem as cores da bandeira americana
Prefiro cultuar nossos personagens folclóricos
Negados ao longo dos séculos por está elite sacana.
Por que tanta exaltação e referência ao “papai” Noel?
Qual o seu conteúdo sociológico e filosófico?
Qual o seu conteúdo estético artístico?
Se ele nem pertence ao nosso ideário patriótico
Ele pra mim é uma figura estereotipada,
Não chega nem nos pés do saci pererê nosso personagem folclórico.
O “papai” Noel é como os chifres
Que botam na sua cabeça.
A tua “ideologia” subserviente
Faz com que você nem se conheça
Quem vive do ilusório?!...
Vive uma eterna batalha pra que o novo não floreça.
Minta pra seu filho
Empregue a mentira na sua cultura
Não mostre pra ele...
Que as coisas da vida se conquistam com a luta
E verás: que mais cedo ou mais tarde
Ele será chamado de um grande filho da P#?!...
Pegue o seu “papai” Noel, imbecil...
E pra seu filho der uma garrafa de sua genitora – A Coca – Cola
Alimente a mentira para as crinaças
Proponha uma disciplina dessa ilusão na escola
Não sou culpado pela sua ignorância
O lixo cultural é algo que te controla.
Tenho sido criticado por alienados
Por afirmar que o velhaco “papai” Noel é filhote do capital
Só faltava essa agora!
Ser julgado nas barras de um tribunal
Condenado a ser queimado como Herege
Por combater uma mentira medíocre do mundo consumista social.
Eu sou mais a Mãe D’água, a Vitória Regia...
O Curupira, o Mapinguari, o Saci Pererê,
O Boitatá, a Caipora, o Negrinho do Pastoreio
A Cuca, o Preto Veio, o Boto Cor de Rosa e o Ilê Aiyê
Como esse personagem cocacoliano não existe
Já chega de teretetê...
Aproveitando o ensejo, pegue o seu português refinado
E enfia no seu canal A...
A essência da poesia está na liberdade
Não obedece nenhuma regra, inclusive de caráter gramatical
Eu já falei pra não lêr o meu cordel
E vai seguir seus consiguinios do seu mundo cultural.
Vou escrevendo o meu cordel
Não dou ouvidos pra qualquer quimera
Tô mais afiado que nunca
Estou com a astúcia de uma pantera
Sou um poeta em busca do mundo de Sofia
Não sou o capeta em forma de besta fera.
Me encontro com Deus:
No sorriso alegre de uma criança
No ideal revolucionário, na força da mulher guerreira...
No libertário que nunca se cansa
Na noite que se vai...
No dia que há por vir carregado de esperança.