“Busquei minha mãe morta”, diz filha de rondoniense que fez plástica na Bolívia

“Busquei minha mãe morta”, diz filha de rondoniense que fez plástica na Bolívia

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Foto: Divulgação

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A filha da brasileira morta após fazer cirurgias plásticas em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, conta que enfrentou duas semanas de angústia e sofrimento com a mãe em coma, em uma UTI precária, antes do desfecho trágico do caso no dia 5 de julho. A paciente morreu na aeronave com destino a Rondônia quando pousou em Corumbá, cidade a 440 quilômetros de Campo Grande e rota aérea até Porto Velho. "Fui buscar minha mãe no aeroporto de Porto Velho morta", disse ao G1 a filha, uma advogada de 34 anos que pediu para não ser identificada.
A vítima trabalhava como servidora pública em uma escola estadual de Vilhena, cidade a 700 quilômetros de Porto Velho, e desejava muito fazer cirurgia plástica na Bolívia porque era mais barato do que no Brasil e ela tinha recebido recomendações de conhecidos. "As informações que tínhamos eram de que as cirurgias eram de excelente qualidade. Eu mesma vi várias amigas que fizeram operação lá e o resultado foi ótimo", relata a filha.
Apesar da vontade da mãe, a advogada conta que a família era contrária ao procedimento. "Pedimos para que ela não fizesse, porque não tinha necessidade urgente", diz. A servidora pública, porém, decidida a fazer três cirurgias plásticas, embarcou acompanhada da irmã e de uma amiga para Santa Cruz de La Sierra. O valor dos procedimentos, pagos à vista, chegou a R$ 9 mil. A filha acredita que, no Brasil, os mesmos serviços custariam até R$ 20 mil.
O drama da família começou um dia após os procedimentos cirúrgicos, quando a mulher entrou em coma e permaneceu nesse quadro por quase duas semanas até a morte, no dia 5 de julho. "Em um dia o médico fala que está tudo bem, de repente você descobre que ela está na UTI. Isso foi um choque", relata a filha.
A decisão de trazer a mãe para prosseguir a terapia intensiva em Porto Velho foi tomada alguns dias depois, quando a família constatou as condições da clínica boliviana. "A UTI de lá era pequena e precária. Já que ela tinha alguma chance de sobreviver, a gente precisou gastar muito dinheiro para trazê-la de volta. Enquanto há vida, há esperança", diz a advogada.
A filha não se houve erro médico e preferiu não emitir parecer sobre eventual ação judicial, mas não duvida que, por causa da ansiedade com a cirurgia, a mãe tenha omitido a informação sobre a doença. "Todos os exames foram feitos, mas é complicado saber. Se ela tomou medicamentos antes do exame, será que o médico era capaz de detectar a hipertensão? Foi uma fatalidade", aponta.
Questionada se vale a pena enfrentar as dificuldades no exterior em nome da estética, a advogada responde com cautela. "É uma coisa muito particular. Eu não faria. Os médicos de lá eram muito conceituados. A gente costuma dizer que precisa ser corajoso para ir lá".
A Polícia Civil ainda apura as causas da morte da servidora pública. Os investigadores aguardam a conclusão dos resultados periciais nos próximos dias.
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