Na briga do mar contra o rochedo quem acaba levando a pior é o marisco. O ditado acima serve perfeitamente para ilustrar a queda de braço entre o SINTERO e a ALE no caso da redução salarial de alguns professores, por força de decisão judicial, que considerou inconstitucionais artigos da lei que dispõe sobre o PCCS da categoria.
A Assembléia Legislativa culpa o SINTERO. Este, por sua vez, garante que a responsabilidade é da ALE. No meio do tiroteio verbal e improdutivo que a nada conduz estão os professores, que terão seus salários reduzidos em até R$ 1.000,00, já a partir do mês de julho, e, de quebra, ainda correm o risco de ressarcir o erário.
O Brasil é um país paradoxal. Ensinam-nos, os burocratas oficiais que, para ganhar melhor, o professor precisa se qualificar e buscar novos horizontes. A pessoa batalha anos a fio para conquistar, a duras penas, um diploma universitário e outros tantos queimando a pestana com especializações em mestrado e doutorado, para, depois, descobrir que todo o seu esforço foi em vão, simplesmente não valeu a pena. E agora?
Se a situação de alguns professores, hoje, já é periclitante, doravante, vão precisar fazer muito mais ginástica para arcar com os gastos de alimentação, saúde, vestuário, escola para os filhos, despesas com os serviços públicos, que deveriam ser os mais baratos possíveis, como água, luz e telefone. E o que dizer da prestação do carro, adquirido em 36, 48 e 60 meses. Diversão? Nem pensar!
Coitados dos professores! Caíram no engodo dos que se diziam capazes de resolver seus problemas salariais, mas não resolveram. Pelo contrário, foram colocados numa tremenda sinuca de bico, abandonados no mato sem cachorro, nem gato. Agora, brigam entre si jogando a culpa uns contra os outros, numa postura cínica, capaz de fazer inveja a muitos atores de comédia pastelão.