Ex-Governadores: Aposentadoria Justa – Por Professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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De tempos em tempos uma pequena parte da sociedade brasileira que se diz mais esclarecida é tomada por arroubos estéreis, mentirosos, populistas e hipócritas. No ano passado foi levantada a possibilidade de só concorrer nas eleições cidadãos que tivessem a ficha limpa. O Brasil inteiro "viajou" nesta idéia enganosa como se tivéssemos descoberto o fogo ou reinventado a roda. Qualquer eleitor deste país, esclarecido ou não, sabe perfeitamente que vários candidatos ficha-suja, de Rondônia e do Brasil inteiro, saíram das urnas como verdadeiros heróis ao receberem a aprovação maciça dos seus eleitores. Do Amapá ao Rio Grande do Sul, da Paraíba ao Acre são muitos os eleitos que foram diplomados ou participam de governos, mas respondem na Justiça a uma penca de processos. O próprio STF prestou um desserviço à nação ao não resolver a parada em favor da moralidade e da boa maneira de se fazer política no país.
 
Desta vez vem à tona outro mantra bestial: é preciso cortar a aposentadoria de ex-governadores dos Estados. Várias entidades e até parlamentares já se posicionaram favoráveis à medida sem questionar por que durante tanto tempo o Estado brasileiro manteve essa dita excrescência ao arrepio da lei. A hipocrisia se torna mais latente ainda porque vários destes políticos sequer abordaram o fato de que, na calada da noite, aprovaram um aumento em seus vencimentos de 62 por cento em pleno mês de dezembro do ano passado. Ou seja, nossas autoridades adoram fazer cortesia com o chapéu alheio. Um Deputado Estadual em Rondônia, por exemplo, ganha somente quarenta vezes mais do que um trabalhador comum. E não adianta querer comparar e saber quem trabalha mais. Quanto ganha um Senador da República? Por que ninguém questiona os salários do Judiciário? Essa história de marajás já é antiga e deu em nada.
 
Em Rondônia são quinze os privilegiados. Mas seria uma injustiça acabar com tal regalia levando-se em consideração o grande serviço prestado pelos nossos ex-mandatários. Desde o antigo Território Federal até o "Império da Roça" de Ivo Cassol, cada um deu a sua enorme contribuição para Rondônia ser a potência que é. Com nome de estádio de futebol, o Teixeirão, mesmo sem ter recebido um único voto dos rondonienses, é adorado por estas terras como um verdadeiro czar amazônico. Embora tenha sido um preposto da ditadura militar em terras Karipunas, é visto como uma espécie de encarnação divina. Se sua viúva recebe pensão, jamais deve ser cortada, pois Rondônia deve muito a ele. Afinal o coronel criou a primeira mulher governadora no Brasil: a paraibana Janelene Melo, que governou por exatos 43 dias e deveria ser também agraciada com sua "mais do que justa" aposentadoria mensal até o fim da vida.
 
Ângelo Angelin, com nome de dupla caipira este governador-tampão, que também não recebeu um único voto do eleitor rondoniense para governar o Estado, ainda está na ativa e quase aos 80 anos de idade presta seus relevantes serviços ao Governo da Nova Rondônia no Cone Sul do Estado. Um estadista que merece cada centavo que recebe dos cofres públicos estaduais. Jerônimo Santana, o Bengala, foi o homem que dinamizou a administração pública, modernizou Rondônia e saiu do Governo "porque quis" já que sua popularidade era muito alta. Moralizou como ninguém este Estado. Uma injustiça cortar-lhe o diminuto salário que recebe como  aposentadoria. Oswaldo Piana, o único governador filho da terra, que por amor, sempre teve residência fixa em Porto Velho, não pode ser abandonado pelo seu próprio Estado. De extrema importância para Rondônia, governou-nos direto da "Casinha da Barbie".
 
Valdir Raupp, mesmo com o seu inconfundível sotaque caipira, foi um governador que só não vai deixar saudades porque ainda está na ativa e pode, a qualquer momento, se quiser, voltar a governar o Estado. Um insulto cortar a pequena aposentadoria desse eminente líder que, além de outras coisas, nos ensinou como se administra um banco estadual. Senador mais votado nas últimas eleições, disse com toda a humildade que "abriria mão" desta aposentadoria. Bianco, o "deus do funcionalismo público" preparou as bases para o neoliberalismo em Rondônia e por isso não merece castigo. Já Cassol, o que cacetava professores em greve e não precisava de estudos para nos governar e João Cahulla, que não foi à festa de transmissão de cargo e dinamizou o açougue João Paulo Segundo, colocaram este Estado na rota do progresso e por isso fazem jus a qualquer mimo pago com o nosso suado dinheiro. Se eu fosse o Deputado Estadual Daniel Pereira, pertencesse à OAB ou fosse um "sindicalistazinho" de fundo de quintal proporia aumentar ainda mais o valor destas aposentadorias como forma de homenagear as nossas ilustres autoridades do passado. Rondônia deveria dobrar os mais de 300 mil reais mensais que paga aos ex-governadores. Eles merecem.
 
 
*É Professor em Porto Velho.
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