Além da saúde, calamidade também na educação e na segurança pública – Por Valdemir Caldas

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Além da saúde, calamidade também na educação e na segurança pública – Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Talvez nenhum outro setor revele profunda deterioração nos serviços que presta quanto o da saúde, tanto em nível estadual como no âmbito municipal. E os exemplos estão aí para quem quiser vê-los. Bastar ir ao hospital João Paulo Segundo ou a uma dessas policlínicas do município de Porto Velho.

 

Entra governo, saí governo, sucessivas e diferentes propostas para evitar o completo caos do atendimento à população rondoniense não conseguiram impedir que se estabelecesse a calamidade, agora, oficializada por decreto pelo governador Confúcio Moura, que é médico, diga-se.

 

Entretanto, a medida assinada pelo governador traduz muito mais um expediente para a conquista de recursos federais, que providência destinada a corrigir as distorções que, desde há muito, caracterizam o sistema.

 

Não se tem dúvida de que o objetivo do decreto governamental é, além de buscar recursos junto à União, viabilizar a celebração de convênios com órgãos e instituições federais, para amenizar os problemas no setor da saúde estadual.

 

Diante disso, qualquer observador pode ser levado a uma das duas seguintes conclusões: 1) - não é falta de dinheiro que tornam permanentes os problemas recorrentes nos diferentes setores da atividade governamental; 2) – quando segmentos ponderáveis, do ponto de vista político, têm seus interesses em jogo, fica mais fácil retirar os obstáculos.

 

É claro que a simples decretação do estado de calamidade, que, repita-se, na realidade, impera desde muito tempo na saúde, não tem o condão mágico para gerar recursos e fazê-los aplicáveis na melhoria salarial dos profissionais do setor, na contratação de novos agentes e na aquisição de equipamento e expansão dos serviços, dentre outras medidas.

 

Outras áreas de interesse público estão igualmente mergulhadas no caos, como segurança pública e educação, por exemplo, sem que se tenha, até agora, encontrado o meio capaz de solucionar as dificuldades correspondentes. Poder-se-ia citar outros setores também essenciais à população, mas fiquemos apenas nos acima mencionados, até por uma questão de espaço.

 

A quem interessa o caos que se instalou na saúde pública do estado de Rondônia? Evidentemente, que não é a população, muitos menos aos que prestam serviços ao setor em condições de extrema penúria. Aos políticos? Aos proprietários de hospitais particulares? Acredito que não. É preciso elevada dose de insensibilidade e incontrolável apego ao vil metal para assim proceder. Então, a quem interesse esse estado de coisas deploráveis, que humilha, castiga, avilta e mata.

 

A calamidade que as autoridades reconhecem ter afetado seriamente a saúde estadual também está presente em muitas outras áreas, embora, também nessas, os interesses em jogo estão longe de concorrer para o encontro de soluções, ainda que a população continue sendo a única prejudicada.

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