Retrospectiva 2010: "Um Ano de Ouro" - Por Professor Nazareno*

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Retrospectiva 2010:

Foto: Divulgação

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Retrospectiva 2010: "Um Ano de Ouro"
 
 
Professor Nazareno*
 
 
            Todo final de ano a história se repete: os principais fatos que foram notícias no Brasil e no mundo são reprisados pela mídia numa espécie de pequeno documentário anual. E em 2010 não foi diferente. Em Rondônia aconteceram coisas interessantes que ficarão marcadas no anedotário político, no social e no esportivo. Uma pequena olhada nos sites eletrônicos e podemos observar fatos surpreendentes, coisas inimagináveis para um ser humano comum. Entretanto, há outros fatos que não mudaram em nada, ou seja, tudo continuou da mesma forma verificada há muitos anos. É como se o tempo tivesse parado na capital dos rondonienses: a sujeira tão comum nas nossas ruas e a falta de saneamento básico parece que já fazem parte da nossa fedorenta paisagem urbana.
            No esporte, a melhor coisa que nos aconteceu no ano que se finda foi a derrota do Brasil para a Holanda pela Copa do Mundo de futebol. Dias de alegrias aqueles em que, de forma merecida, uma seleção medrosa, perdida em campo e com medo de atacar foi derrotada por 2 X 1. Um alívio já que o pior poderia ter acontecido se pegássemos uma Argentina, Alemanha ou mesmo a Espanha que acabou sendo, com todo merecimento, a campeã do torneio. A derrota para os holandeses nos poupou de vexames maiores. Em Porto Velho, a piada ficou por conta dos jogadores do Cruzeiro de Loló que, famintos e sem dinheiro foram abandonados à própria sorte. Já dentro do campo, protagonizamos o famoso e impagável futebol com spray de pimenta.
            Na área política, como não podia ser diferente, enriquecemos o anedotário nacional ao emancipar, por absoluta incompetência administrativa da Prefeitura de Porto Velho, um pequeno vilarejo perdido nos cafundós da Amazônia. Os habitantes da simpática Vila de Extrema, entre o Amazonas e a Bolívia, acreditaram, e acreditam até hoje, quase um ano depois, que se tornariam o 53º município rondoniense. Sem informações sobre o estranho pleito, 245 mil eleitores foram obrigados a participar de uma patética eleição de mentirinha para ratificar a secessão previamente acertada entre a classe política daqui. Houve até escaramuças: dias antes, um pelotão da Polícia Rodoviária Federal fora surrado vergonhosamente por exaltados moradores locais.
            Ainda na política, a Assembléia Legislativa do Estado entrará para a História por não ter protagonizado nenhum escândalo de grandes proporções em 2010. Porém, deleitou-nos ao fazer concorrência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e aprovar uma lei que determina "que todo cidadão pode defecar nas privadas das rodoviárias sem ter que pagar por isso". Nem a Conferência de Yalta na Criméia teve tanta importância para a História da humanidade quanto a nossa Assembléia Legislativa tem para o povo otário daqui. Dentre outras bizarrices aprovadas naquela casa de leis está a definição, quase trinta anos depois, do dia 04 de janeiro como a data oficial do Estado. Em Rondônia aniversário não é quando se nasce, mas quando se registra.
            Durante a desocupação de um terreno na periferia da capital, vários políticos apanharam da C.O.E, o truculento braço da Polícia Militar do Estado. Políticos sendo surrados é um espetáculo impagável que dispensa qualquer inútil lei de ficha limpa. Dentre as coisas que não mudaram citam-se o "Açougue João Paulo Segundo" que continuou sendo um açougue, sete carcaças de viadutos que a cidade ganhou de presente e que viraram elefantes brancos sem nenhuma utilidade, uma fábrica de cimento que foi instalada no município só para que aumentassem o preço do produto, uma greve dos profissionais da educação em um ano de eleições, fumaça durante o verão, inauguração de um "meio mercado cultural" para apresentações de "meia cultura" e a décima mudança de local do Arraial Flor do Maracujá. Por tudo isso, 2010 entrará para a História de Rondônia como um "ano de ouro", daqueles inesquecíveis. Então, até 2011.
 
 
*É professor em Porto Velho.
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