Os Velhos Desafios da "Nova Rondônia" – Por Professor Nazareno

Os Velhos Desafios da "Nova Rondônia" – Por Professor Nazareno

Os Velhos Desafios da

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

 
O futuro Governo da "Nova Rondônia" capitaneado pelo recém eleito governador Confúcio Moura praticamente já escolheu todo o staff que comandará os destinos do Estado pelo menos para os próximos quatro anos. Nenhuma novidade dizer que os desafios a serem enfrentados serão muitos e em todas as áreas. Rondônia é e sempre foi um Estado pobre, periférico e cujos maiores problemas são conseqüências das muitas e más administrações a que fomos submetidos durante toda a História. A grande distância dos centros mais desenvolvidos do país parece aumentar ainda mais os constantes desafios com que os governantes e a população em geral têm de conviver. Mas se não houver a conscientização para ajudar, muitos dos esforços serão em vão.
 
Embora neste Estado haja problemas em qualquer lugar que se possa imaginar, três áreas especificamente servirão como uma espécie de termômetro para o futuro Governo. O paraense Jorge Alberto Elarrat, o paraibano Alexandre Muller e a servidora pública Nanci Maria Rodrigues responsáveis respectivamente pela futura administração da Seduc, Secretaria de Educação, Sesau, Secretaria de Saúde e Sedam, órgão responsável pelo meio ambiente, têm a ingrata tarefa de desenvolver seus trabalhos sem erros ou pelo menos com o menor número possível de erros. Caso contrário, as manchetes inundarão os noticiários falando do mesmo pesadelo já conhecido de todos. O famoso "entra Governo e sai Governo e nada muda" deve ser aposentado.
 
Os desafios na Educação são hercúleos. As greves, que só reivindicam melhores salários para a categoria, se tornaram um pesadelo para os governantes de plantão e para a população que depende dos péssimos serviços prestados pelo Estado. Reorganizar a casa, valorizar os mestres concedendo-lhes justos aumentos salariais, recuperar a abandonada e sucateada infra-estrutura das escolas, dar auto-estima aos professores e aos alunos das escolas públicas, negociar com o Sintero, o outrora poderoso sindicato da categoria, são desafios que esperam o engenheiro Jorge Elarrat. E não bastam apenas investimentos ou vontade política para encarar a pedreira. É preciso começar quase tudo do zero. Mais do que uma visão de lince é preciso determinação para enfrentar o caos.
 
Já o médico Alexandre Muller deve trabalhar com o objetivo extremamente difícil de transformar a imagem do Hospital João Paulo Segundo. Não só a imagem, mas principalmente a maneira como a medicina é praticada naquele lugar. "Transformar um açougue num hospital de verdade deve ser algo inusitado". Esse hospital foi, nos últimos governos, uma das maiores vergonhas para o Estado de Rondônia. Textos, artigos, reportagens, filmagens e comentários foram escritos e publicados denunciando o descaso do Estado para com os seus cidadãos. E nada foi feito. O próprio Cremero "descobriu a roda" ao perceber e admitir muito tardiamente que aquilo ali era pior do que um hospital de um país em guerra. Prêmio Nobel para quem resolver o abacaxi.
 
Devemos perguntar ao Dr. Confúcio ou à senhora Nanci Maria Rodrigues se no próximo ano teremos de volta, durante o verão, não só em Porto Velho, mas em todo o Estado, as queimadas e a maldita fumaça? Certamente ações serão desenvolvidas com bastante antecedência no sentido de se evitar esta catástrofe que sofremos anualmente e que tanto macula o nome de qualquer Governo. Este ano, os órgãos encarregados pela defesa do meio ambiente foram uma vergonha. Tiveram um desempenho pífio e muito abaixo do esperado. Nunca se queimou tanto em nosso Estado. Nunca se produziu tanta fumaça em Porto Velho e redondezas. O caos voltou com força depois de dois anos. Especulou-se na época que pelo fato de ser um ano eleitoral, relaxaram a fiscalização.
Óbvio que um Governo não se faz apenas com Educação, Saúde e Meio Ambiente. Há várias outras áreas prioritárias como segurança pública, questões fundiárias, transportes, licitações, relações institucionais, estradas, energia, agricultura, pecuária, funcionalismo, que devem ser observadas e também levadas a sério. Além do mais, por ser um Estado pobre, Rondônia tem uma população muito difícil de ser administrada. Sujamos nossas ruas, somos uma maioria de pessoas despolitizadas e geralmente não sabemos reivindicar o que tem real interesse para nós próprios. Colocamos 150 mil pessoas numa passeata gay ou numa banda do "vai-quem-quer" e quase ninguém cobra providências das autoridades para um João Paulo Segundo ou mesmo para a melhoria da educação pública. Nunca vi uma pessoa sequer exigindo mais ética na política ou fiscalizando o poder público. As reclamações sobre o meio ambiente, nem na época da fumaceira. Por isso, devemos "reinventar a roda" e tentar participar do próximo Governo com propostas coerentes e com muita fé. Precisamos.
 
 
 
*O professor Nazareno leciona em Porto Velho.
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS