Uma jovem na sua flor da idade
Não pode abandonar a escola sua
Ficar verdadeiramente nua
E sair à venda pela cidade
Depender da própria sexualidade
Pra sonhar com sua “independência”
Se humilhar, vender a carne, pedir clemência
Ser amada falsamente todo dia
Ver seu corpo tornar-se mercadoria
Almejando o pão da sobrevivência
Essa dor que desonra a decência
Fere a alma, destrói a vida e o lar
Faz uma mãe de joelhos chorar
E um pai padecer na penitência
Faz a moral do país, ir à falência
E a nação sepultar os seus valores
Faz a escola perder atores e escritores
Médicos e outros profissionais
Faz os presídios se encherem de marginais
E os cemitérios se enfeitarem de flores
Educadores, conselheiros, promotores
Unimo-nos em defesa das crianças
Garantindo-lhes, seus direitos, suas esperanças
Atenuando seus fracassos e suas dores
Os adolescentes serão na vida vencedores
Sem precisar que amanhã sejam condenados
A família não terá mais filhos assassinados
Vítimas do sistema caduco e violento
E as visitas fúnebres de dor e lamento
Diminuirão no tristonho dia de finados