UMA BATALHA APÓS A OUTRA: Filmaço sobre revolução e violência é favorito ao Oscar 2026 – Por Marcos Souza

O filme já está disponível no catálogo do serviço de streaming da HBO Max, como lançamento do mês, e vale muito a pena

UMA BATALHA APÓS A OUTRA: Filmaço sobre revolução e violência é favorito ao Oscar 2026 – Por Marcos Souza

Foto: Divulgação

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Uma das melhores cenas de ação que eu assisti não só este ano, mas em muito tempo, está neste filme, “Uma Batalha após a Outra” (One Battle After Another/2025): a sequência de perseguição de auto-móveis numa rodovia no meio do deserto, em que as descidas e subidas da estrada são utilizadas como pontos de suspense e expectativa, num jogo de câmeras incrível. Isso é cinema puro.
 
O novo filme do diretor Paul Thomas Anderson (o mesmo de “Boogie Nights”, “Magnólia”, “Sangue Negro”, “Licorice Pizza”) é baseado no livro “Vineland”, de Thomas Pynchon, porém numa versão mais surtada, movimentada e que fez mudanças importantes não só na trama central como em um per-sonagem específico: o antagonista e, podemos dizer, vilão da trama  o autoritário e racista Brock Vond, que agora é o Coronel Lockjaw, numa interpretação absurda do ator Sean Penn, confirmando ser um dos melhores da sua geração. Simplesmente genial.
 
 
Lockjaw, no livro, representa uma figura simbólica da guerra contra as drogas; já aqui, o seu trabalho é totalmente voltado, com obsessão, para a patrulha e repressão à imigração.
 
Leonardo DiCaprio é Bob Ferguson, um dos principais artífices de um grupo revolucionário chamado “French 75”, que tem como uma das líderes a impulsiva e bruta Perfídia Beverly Hill (a ótima atriz Teyana Taylor), cuja missão é resgatar imigrantes presos numa base militar localizada na fronteira, onde um exército liderado por Lockjaw mantém uma vigilância rigorosa.
 
O filme abre com essa missão em andamento, mostrando como o grupo atua e utiliza métodos de guerrilha muito bem elaborados, cujo arsenal e treinamento são bancados com frutos de roubos a ban-cos e outras instituições financeiras  como vamos acabar vendo na primeira metade.
 
Logo descobrimos que Perfídia tem um embate pessoal de rivalidade e atração sexual com o coronel Lockjaw. Ela, mulher negra e independente, mantém um relacionamento com Bob, ao mesmo tempo em que vive uma perversidade íntima com um militar racista que depois vai se mostrar ainda mais doente e até irracional.
 
 
Com Bob, Perfídia faz uma dupla de sucesso em algumas missões de risco, e eles se tornam um casal logo após ela cumprir uma missão. Não demora e ela aparece grávida, tendo Bob como pai. Justo nesse momento, descobrimos a diferença entre eles. Enquanto o parceiro é mais acomodado, tranquilo e vive um dia após o outro, agora com uma criança, ela quer dar continuidade às ações do grupo e viver de forma independente, mesmo com uma filha recém-nascida.
 
E, numa dessas missões, uma situação crítica ocorre, e Perfídia acaba sendo presa e conduzida pelo coronel para um acordo de delação dos membros do seu grupo, o que resulta numa perseguição de extermínio.
 
Mas isso é só o começo do estopim.
 
 
O filme dá um salto de 15 anos e vamos ver Bob mais velho, agora cuidando, da maneira que pode, da filha adolescente, Willa Ferguson (com a excelente Chase Infinity), que sabe da vida pregressa e atual do pai e vive cercada de cuidados. Porém, logo surge o famigerado coronel Lockjaw, atendendo a um pedido de um grupo de poderosos políticos e empresários para que faça uma limpeza étnica e o extermínio do que restou do grupo “French 75”, incluindo a morte de Bob.
 
Quando, em uma série de eventos mirabolantes, ocorre o improvável  incluindo um sequestro, frei-ras maconheiras, traições e revelações chocantes vamos ver Bob numa perseguição que vale a sua vida, num jogo de gato e rato em que tudo pode acontecer.
 
O diretor e roteirista Paul Thomas Anderson é um dos poucos cineastas que têm poder e controle ab-solutos sobre o que querem mostrar e como querem contar a história, realizando um filme que tem tantas camadas e propostas que, além do entretenimento puro e simples, faz o espectador pensar e raciocinar no meio do filme, enquanto a trama vai ocorrendo diante dos nossos olhos. E isso é fascinante.
 
 
“Uma Batalha após a Outra” é um filme que consegue misturar ação, drama e suspense, com uma pitada de humor que permeia algumas sequências de alto impacto, principalmente quando surge o personagem do ator Benicio Del Toro, o Sensei, professor de artes marciais de Willa, mas que tem um segredo operacional com o grupo revolucionário que vai fazer toda a diferença para Bob nas horas de maior aperto.
 
É importante fazer o paralelo do filme com a atual situação política e social pela qual vêm passando os Estados Unidos com a administração do presidente Donald Trump. Não que isso fique explícito, mas os temas inseridos, como a perseguição aos imigrantes, grupos antigoverno em ação e políticos que detêm poder e força para manipular o exército, tornam impossível não fazer essa associação.
 
Sucesso de crítica, o filme surge nas listas de melhores do ano como uma aposta certa para receber muitas indicações ao Oscar de 2026. É fácil notar que “Uma Batalha após a Outra” tem diversos pon-tos de sua produção que se encaixam no alto padrão de qualidade da premiação, com possibilidades reais de indicação a filme, direção, ator, ator coadjuvante (Sean Penn é quase uma barbada para levar esse prêmio; o personagem dele é asqueroso e o ator soube exatamente como construí-lo), roteiro adaptado, trilha sonora (do ótimo músico e guitarrista da banda Radiohead, Jonny Greenwood), foto-grafia, montagem e edição de som.
 
O filme já está disponível no catálogo do serviço de streaming da HBO Max, como lançamento do mês, e vale muito a pena.
 
Um filmaço!!!!
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