O crescimento econômico em Porto Velho foi destaque em um dos jornais de economia mais conceituados do mundo, o The Wall Street Journal.
O jornal é uma espécie de bíblia dos corretores de ações que circulam pela Wall Street em Nova Iorque, coração financeiro dos Estados Unidos e de acordo com alguns especialistas o sistema nervoso da economia mundial.
Na matéria intitulada “O desenvolvimento é um Shopping Center na Amazônia”, o jornal explica que a Amazônia é um local que até algum tempo atrás era considerado por muitos técnicos impossível de apresentar um crescimento econômico, e hoje vem se mostrando como uma surpresa para o mercado brasileiro. Um dos maiores exemplos é o sucesso do Shopping Center de Porto Velho, que incentivou investidores á olharem para outras capitais como Macapá e Rio Branco.
Outro ponto importante foi o aumento substancial que Porto Velho teve nas vendas no varejo, um crescimento que reflete perfeitamente o avanço econômico brasileiro.
Porém, pelo fato do jornal tratar essas informações de um ponto de vista totalmente distante daquilo que o povo de Porto Velho vem passando, ele não consegue ter uma perspectiva distante daquilo que os números de crescimento econômico de Porto Velho apresentam.
Uma cidade que caminha a passos largos em índices econômicos não apresenta a mesma realidade nos índices de violência local, os homicídios são quase rotineiros, o avanço dos viciados em crack se transformaram em um transtorno para a comunidade, o número de assaltantes filhos de uma geração de excluídos e indigentes que perambulam pela margem da sociedade portovelhense renovam os constantemente os grupos de marginais que não conhecem esse “Eldorado Econômico” em meio à Amazônia brasileira.
Desenvolvimento não pode ser um Shooping Center na Amazônia, e o povo de Rondônia não pode nem aceitar essa condição, desenvolvimento significa um avanço econômico aliado a uma condição social mínima de dignidade de seus cidadãos, coisa que não enxergamos em nossa cidade, hora por falta de capacidade de nossos gestores, ou por uma inércia subserviente a qual estamos condicionados à muito tempo.
Porto Velho pode até ser uma das capitais brasileiras que mais avança em índices econômicos, porém esse crescimento financeiro está vindo acoplado com aquilo de mais sujo que o sistema econômico pode trazer, “Segregação Social”, a disparidade das diferenças de renda em nossa capital chega a ser gritante.
Não adianta o Governo Federal fazer pirotecnias para o resto do mundo apresentando ótimos índices de economia da capital que mais cresce na Amazônia, e virar as costas para a realidade de que Porto Velho uma cidade onde os seus cidadãos estão diariamente sendo violentados moral, cívico e fisicamente.
* João Paulo Prudêncio
Confira Matéria do The Wall Street Journal:
O desenvolvimento é um shopping center na Amazônia
Apenas algumas décadas, muitos cientistas estavam convencidos de que a Amazônia era praticamente inabitável. Agora, pelo menos, cinco cidades brasileiras da região têm uma população superior a 300.000.
O trabalho mais recente sobre o projeto começou em março, em Rio Branco, o sucesso de um shopping center em Porto Velho, cerca de 550 km da capital do Acre, incentivou os construtores. Agora, os desenvolvedores ainda estão avaliando Macapá, a capital do estado no norte da Amazônia que hoje é cortado por terra do resto do Brasil.
A proliferação de centros comerciais na região amazônica destaca uma mudança econômica no que poderia ser considerado como um dos últimos recantos inexplorados do mundo.
Na terça-feira, o governo brasileiro informou que as vendas no varejo no estado de Rondônia, Amazônia, que abriga o centro comercial de Porto Velho, subiu 31,7% no ano encerrado em março, o ritmo mais rápido do país e duas vezes a média nacional. No estado do Acre, onde estão construindo o centro de Rio Branco, as vendas saltaram 31,5%, a taxa de terceiro mais rápido no país.
O aumento do consumo na região amazônica sublinha a dimensão do boom econômico que está sendo experimentado no Brasil.