Cacique Geral dos Cinta Larga repudia matéria da revista Veja que chamou Roosevelt de “Suriname do Brasil”

“Eu como líder do povo Cinta Larga estou surpreso com essa noticía”. Com a matéria intitulada “O lado Surinamês do Brasil” a revista faz relatos que não condiz em nada com a atual situação da reserva de Roosevelt, inclusive as fotos usadas para ilustrar a

Cacique Geral dos Cinta Larga repudia matéria da revista Veja que chamou Roosevelt de “Suriname do Brasil”

Foto: Divulgação

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O coordenador dos povos indígenas e Cacique Geral da etnia Cinta Larga, Marcelo Cinta Larga (foto ao lado) esteve em Espigão do Oeste onde se reuniu com o editor do jornal Espigão News, jornalista Luizinho Carvalho para divulgar o repúdio de toda a comunidade Cinta Larga contra a Revista Veja que veiculou em sua ultima edição uma matéria onde faz acusação caluniosa contra o povo Cinta Larga.
 
“Eu como líder do povo Cinta Larga estou surpreso com essa noticía”. Com a matéria intitulada “O lado Surinamês do Brasil” a revista faz relatos que não condiz em nada com a atual situação da reserva de Roosevelt, inclusive as fotos usadas para ilustrar a matéria são fotos antigas tiradas do garimpo e mostram bases da Policia Federal que nem existem mais.
 
As lideranças Cinta Larga que no ultimo mês se reuniu e decidiram parar com toda a atividade de extração mineral e vegetal da reserva, se vê prejudicada com essa noticia da revista. “Estamos agora confiando no governo várias reivindicações que pedimos foram atendidas como a construção das casas outros projetos de alternativas sustentáveis, hoje estamos negociando com o governo a construção de uma base dentro do garimpo, temos certeza que ele irá entender que os Cinta Larga não fizeram nada do que diz a revista, nenhum Cinta Larga subornou policial federal para deixar entrar equipamento pesado na reserva”. Afirmou Marcelo.
 
Dentro dos entendimentos com a Funai, a comunidade Cinta Larga passa a pleitear a realizações de projetos de piscicultura, avicultura, agricultura e a pecuária dentro da reserva, sem contar com o projeto em parceria com uma empresa Norte Americana “Carbono Beldor” interessada em investir no Seqüestro de Carbono em parceria com os índios Cinta Larga.
 
“Todos nós sabemos da importância da floresta para nós índios, nós nascemos junto com a floresta, não chegamos depois da floresta, foi assim que Deus nos fez e por isso hoje as nossas lideranças querem também preservar essa riqueza para as nossas futuras gerações”. Afirmou o líder Indígena. O mundo hoje esta sofrendo muito pelas conseqüências que o ser humano trouxe, hoje muita gente esta morrendo por enchentes, desabamento, o mundo hoje está matando muita gente porque nós judiamos muito da terra.
 
Por várias vezes o Cacique Geral da Nação Cinta Larga negou qualquer contato de qualquer um membro da comunidade com a reportagem da revista que produziu o material editado. “Revista Veja não fala a verdade quando afirma essas coisas do Cinta Larga, revista sempre pública coisas que não são verdade contra o nosso povo, talvez o objetivo seja valorizar o jornal e a revista para vender mais”. Declarou Marcelo.
 
Atualmente a comunidade Cinta Larga vem buscando alternativas para se livrar da exploração do homem branco em sua reserva. Par o líder indígena o contato e a convivência com o homem branco não foi vantajosa para os índios. “A relação com branco seja garimpeiro ou madeireiro não foi boa para o índio, sempre tivemos prejuízo, sem contar que o contato com o branco vem deixando o índio cada vez mais longe de suas culturas”. Esta bem claro que a maior preocupação da comunidade no momento é de que essa noticia sensacionalista venham atrapalhar as negociações que a comunidade vem mantendo junto ao governo para que sejam inseridos vários programas de apoio a comunidade. Além de que, segundo afirmou o líder indígena, os poucos garimpeiros que ainda teimam em ficar na área estão abandonando o local por conta própria devido às muitas dificuldades enfrentadas além das doenças que tem na área.
 
“O garimpo hoje está acabando sozinho com os garimpeiros indo embora pelas dificuldades do lugar”. Finalizou Marcelo Cinta Larga.
 
CONFIRA ABAIXO MATÉRIA DA VEJA:
 

 

O lado Suriname do Brasil

 
Engana-se quem pensa que a atividade do garimpo é parte do passado em nosso país. Assim como há milhares de brasileiros vivendo no Suriname atrás do sonho de encontrar ouro, outros tantos continuam buscando pedras preciosas na Amazônia. Na maioria das vezes, eles provocam grandes desastres ambientais para tentar encontrar as gemas. O exemplo mais impressionante vem do garimpo de diamantes da reserva indígena Roosevelt, em Rondônia. Oficialmente, o garimpo está fechado desde 2004, mas a foto acima, feita há duas semanas, mostra que a extração de pedras segue a pleno vapor. A terra pertence aos índios cintas-largas. Em 2004, eles assassinaram 29 garimpeiros que trabalhavam no local.
 
A matança obrigou o governo brasileiro a atuar sobre uma questão que vinha sendo ignorada: apesar de terem o usufruto das terras, os índios não são donos das riquezas do subsolo, que pertencem à União. Essa regra vale para qualquer cidadão brasileiro. Como a jazida não podia ser explorada pelos indígenas, o governo decidiu fechar o garimpo e destacou a Polícia Federal para garantir que a determinação fosse cumprida.
 
A PF instalou postos nas vias de acesso à aldeia dos cintas-largas, para evitar a pilhagem dos recursos naturais e conter a violência. Mas basta um sobrevoo pela região, coisa que os policiais federais fazem rotineiramente, para constatar que a operação (que já custou 28,4 milhões de reais) não impediu a entrada na reserva de máquinas pesadas como caminhões, tratores e retroescavadeiras. É impossível não avistar as barracas de lona que servem de acampamento aos garimpeiros e o funcionamento das dragas que cospem lama sobre os rios. Como todos os caminhos estão interditados por barreiras policiais, é estranho que o transporte de maquinário pesado tenha passado despercebido aos agentes federais. Os índios afirmam que subornaram policiais para que eles permitissem a passagem das dragas - e que cobram pedágio dos garimpeiros que extraem diamantes.
 
O ritmo do avanço do garimpo sob as barbas das autoridades pode ser medido por meio de imagens de satélites. Entre 2007 e 2009, foram abertas treze clareiras nas terras dos cintas-largas. O estrago chega a 33 quilômetros quadrados - uma área equivalente a 4000 campos de futebol. No mês passado, o procurador da República Reginaldo Trindade, amigo dos índios, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Tarso Genro, em que reconhece a existência do garimpo de diamantes na reserva. Apesar de admitir que os índios e os garimpeiros violam a lei, ele sugere que o governo, em lugar de punir os responsáveis, recompense os índios com 7 milhões de reais por ano para que eles aceitem fechar o garimpo. Mas os índios nem pensam em desistir dos diamantes. Os cintas-largas sabem que dormem em cima de uma das maiores jazidas do planeta.
 
Mineradoras acreditam que, na região, haja pelo menos vinte kimberlitos - as formações rochosas de onde se extraem os diamantes - com potencial de produção de 30 bilhões de dólares em gemas por ano. Esse dinheiro, que, repita-se, é da União, não dos índios, nem dos garimpeiros, seria suficiente para quadruplicar o produto interno bruto de Rondônia. Mas, para alcançar esse potencial produtivo, a exploração teria de ser legalizada e realizada por meio de técnicas modernas, como ocorre no Canadá desde a década passada. Lá, também há diamantes em terras indígenas. No entanto, em vez de fechar os olhos para a existência de tal riqueza, o governo organizou sua exploração e paga uma compensação aos nativos. No Brasil, os cintas-largas poderiam deixar a miséria com o recebimento de royalties, e a devastação seria controlada. O problema é que estamos mais para Suriname do que para Canadá.
 

 

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