O comércio varejista do País completou em outubro o sexto mês consecutivo de taxas positivas. Com relação ao mês anterior (com ajuste sazonal), houve crescimento de 1,4% para o volume de vendas e de 1,8% para a receita nominal. Já em comparação com outubro do ano passado, na série sem ajuste, o varejo nacional registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 8,4%, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os resultados foram maiores dos que os esperados para o mês.
Economistas consultados previam um crescimento mês a mês de 0,6% e uma alta de 6,5% ante o ano passado.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano houve alta de 5,1% e no acumulado dos últimos 12 meses, 5,0%. A receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 11,5% sobre outubro de 2008, de 9,7% no acumulado do ano e de 9,8% no acumulado dos últimos 12 meses.
Para o volume de vendas com ajuste sazonal, nove das dez atividades estudadas pelo IBGE obtiveram variações positivas: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,5%); Tecidos, vestuário e calçados (1,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,8%); Combustíveis e lubrificantes (1,6%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,3%); Material de construção (0,8%) e Móveis e eletrodomésticos (0,4%). A variação negativa ficou com Veículos e motos, partes e peças (-15,8%).
Já na relação outubro de 2009/outubro de 2008 (série sem ajuste), todas as atividades do varejo obtiveram aumentos no volume de vendas.
Setores
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com variação de 12,2% no volume de vendas, em outubro, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo (69%). Segundo o instituto, esse resultado, acima da média, se justifica pelo aumento do poder de compra da população.
A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., com variação de 9,1% no volume de vendas em relação a outubro de 2008, exerceu o segundo maior impacto na formação da taxa do varejo (10%).
Vendas
Em volume de vendas, a atividade de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 20% em relação a outubro de 2008, acumulando no ano variação de 7,5% e nos últimos doze meses, de 4,3%. De acordo com o IBGE, a política de redução do IPI vem incentivando as vendas de automóveis, afetadas a partir do último trimestre de 2008 pelas restrições de crédito.
Quanto a Material de Construção, as variações foram de -4,5% na relação outubro de 2009/outubro de 2008, de -8,9% no acumulado do ano e de -8,3% nos últimos 12 meses. Apesar das medidas oficiais de incentivo à construção civil e o observado aumento da renda, o setor ainda não apresenta, este ano, resultados positivos no volume de vendas.
Regiões
Vinte e seis Unidades da Federação tiveram desempenhos positivos da taxa mensal do volume de vendas do varejo na comparação outubro deste ano com mesmo mês do ano passado, sendo as taxas mais significativas observadas em: Piauí (15,9%); Ceará (13,9%); Sergipe (13,0%); Amazonas (12,1%) e Rondônia (11,9%) – Gráfico 3. Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, destacaram-se, pela ordem, São Paulo (9,6%); Rio de Janeiro (8,1%); Rio Grande do Sul (8,1%); Minas Gerais (5,8%) e Bahia (10,1%).