Fundação Iaripuna mente e nega irregularidades sobre transferência de peças do Museu da EFMM

Da Redação

23 de Novembro de 2009 às 18:19

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Fundação Iaripuna mente e nega irregularidades sobre transferência de peças do Museu da EFMM

Foto: Divulgação

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A assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Porto Velho divulgou nota em que ressalta em seu teor que a transferência das peças do Museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) foi feita dentro dos padrões exigidos e acompanhado por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). Essa informação foi embasada nas declarações do presidente da Fundação Cultural Iaripuna, Altair dos Santos, responsável pelos trabalhos.

Há, no entanto, que ressaltar que a equipe de reportagem do Rondoniaovivo.com esteve presente em um dos dias que ocorreram a transferência das peças, na última quinta-feira (19), quando uma funcionária da Fundação, nervosa, tentou impedir o repórter de filmar a transferência, alegando não ter autorização do prefeito Roberto Sobrinho para tal. O jornal eletrônico possui vídeos e fotos que mostram, claramente, a transferência irregular das peças e a falta de trato com o patrimônio histórico.

Ao lado da funcionária estava apenas um representante do IPHAN, cujo nome não foi divulgado, mesmo quando perguntado pelo jornalista que estava presente. Não havia nenhum outro técnico ou mesmo grupo de trabalho formado por Consórcio Santo Antônio Energia, Semdestur, Sempre e Semur. Além disso, um museólogo que deveria acompanhar o procedimento correto de transportar as peças, não estava presente.

Quando as peças foram transportadas do museu para o depósito da Marinha, o museólogo Antônio Ocampo, naquela ocasião, acompanhou o procedimento, assim como um representante legal do Iphan. Fato esse confirmado pelo então presidente da Iaripuna na época, Julio Yriarte.

O Rondoniaovivo.com possui o inventário do acervo do Museu da EFMM, com fotos e especificações técnicas, além de relatório. Existe um registro de ocorrência policial no 1º DP que aponta o sumiço de algumas peças do acervo no período em que elas estavam no depósito da Marinha, mas vale ressaltar que a responsabilidade pela segurança das peças é de inteira responsabilidade da Prefeitura Municipal de Porto Velho.

Sobre o “ultimato” da Marinha em relação a retirada das peças, para refrescar a memória do presidente da Fundação Iaripuna, para que a administração municipal utilizasse o prédio da Marinha para guardar as peças do museu da EFMM, o gabinete do prefeito de Porto Velho, através do oficio 275/2007 datado de 11/06/07, expedido para a Marinha do Brasil, pedia a cessão para a PMPV pelo regime de “permissão de uso” por um prazo de oito meses do andar superior e inferior do Galpão 3 para acomodação do Museu da EFMM enquanto era feita a reforma dos outros galpões. No acordo, o prefeito de Porto Velho para convencer a Marinha, argumentou que seria de tua ““total responsabilidade a reforma necessária do galpão, incluindo os custos decorrentes, estimados em mais de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), bem como as medidas necessárias ao controle, vigilância e administração deste patrimônio.”

Passados quase três anos, nenhuma reforma foi realizada, nenhuma vigilância foi contratada. Cansados da procrastinação do executivo municipal, a Marinha determinou o rompimento do acordo.

VEJA TAMBÉM:

IMPUNIDADE – Prefeitura faz transferência de peças do acervo da EFMM para Galpão 01 de forma irregular – Fotos e vídeo

CONFIRA ABAIXO NOTA DA ASSESSORIA:

Transferência das peças do museu da Estrada de Ferro atende critérios do IPHAN

A transferência das peças do Museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) está dentro dos padrões exigidos e o trabalho é acompanhado por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Quem garante é o presidente da Fundação Cultural Iaripuna, Altair dos Santos, responsável pelos trabalhos. Ele também informa que a transferência dessas peças teve início há uma semana e deve ser concluída nesta terça-feira (24). “Primeiro tivemos que preparar o galpão 1 para receber o material retirado do galpão 3”, disse.

Santos e a vice-presidente da Fundação Iaripuna, Berenice Simão, afirmam que há um grupo de trabalho cuidando da reforma do complexo da EFMM e das peças do museu. Esse grupo é formado por representantes do IPHAN, Consórcio Santo Antônio Energia, Semdestur, Sempre, Semur e a própria Iaripuna. “Nada é feito de forma aleatória ou sem qualquer critério. Temos reuniões periódicas e tudo está dentro da legalidade e com o maior respeito pela nossa história”, destacam.

O presidente da Fundação Iaripuna explica que o órgão é o responsável direto por cuidar das peças do museu nesse momento de reformas, e foi quem elaborou todo o projeto de transferência, aprovado após rigorosa análise por parte da equipe do IPHAN. “Agora temos mais dois grandes desafios pela frente: organizar as oficinas de restauração e adequação do museu para visitação pública, já que as peças estavam expostas fora dos padrões”, acrescenta.

Altair dos Santos também faz questão de esclarecer que a Prefeitura não recebeu ultimado por parte da Marinha para fazer a transferência das peças.”Tudo está ocorrendo dentro dos trâmites necessários, obedecendo cada detalhe do projeto, primando sempre pela preservação do acervo”, finalizou.

CONFIRA FOTOS DA TRANSFERÊNCIA DAS PEÇAS PRESENCIADA PELA REPORTAGEM:

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