“Enquanto nas grandes cidades trabalha-se desesperadamente para retirar o trânsito pesado da área urbana, aqui em Porto Velho estamos vendo algumas figuras públicas defender a permanência de uma rodovia federal na região mais central da cidade, querendo aumentá-lo ainda mais com a construção da ponte sobre o rio Madeira ali no ponto de travessia da balsa. Penso que essa questão tem de ser mais bem avaliada, bastante debatida com a sociedade e, sobretudo, respeitando as populações diretamente atingidas”. O posicionamento é do presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, vereador Hermínio Coelho (PT), que presidiu, na tarde desta quinta-feira, audiência pública para debater os problemas advindos com a proposta de construção da ponte sobre o rio Madeira.
Tomando partido pela primeira vez em favor dos moradores do bairro da balsa e dizendo-se preocupado com o estrangulamento do trânsito na Capital, com sua principal avenida transformada em rodovia federal, Hermínio Coelho lamentou a forma como o assunto foi tratado em audiência pública realizada pela Assembléia Legislativa. “Pelas informações que recebemos aqui na Câmara, a população não teve o direito de se manifestar, o que é inconcebível em se tratando de audiência pública realizada na ‘chamada’ Casa do povo”, disse o presidente da Câmara, ao mesmo tempo em que assegurou o direito da comunidade usar a Tribuna da Casa para expor suas opiniões.
A audiência pública realizada na Câmara Municipal de Porto Velho, nesta quinta-feira, para debater os impactos da construção da ponte sobre o rio Madeira para o trânsito da cidade, foi requerida pelo vereador Cláudio da Padaria (PC do B), e contou com a participação dos presidentes das Associações de Moradores dos bairros, Balsa, São Sebastião I e II e Nacional, do presidente da Associação Comercial de Rondônia (ACR), Vanderlei Oriane e de vários moradores que lotaram a galeria do plenário. Da parte das autoridades, apenas o deputado federal Mauro Nazif se fez presente, enquanto o Dnit sequer mandou um representante ou justificou a ausência.
Convertido em portovelhense, o presidente da Câmara disse que sonha com uma avenida Jorge Teixeira se transformando no centro financeiro e econômico da capital. “Destinar nossa principal avenida a ser uma rodovia federal, um verdadeiro corredor da morte, como vem atestando os números da Polícia Rodoviária Federal, não me parece uma medida sensata. A Câmara Municipal de Porto Velho está à disposição da sociedade para debatermos exaustivamente esse tema. Queremos o progresso, mas não a qualquer custo e sem respeitar direitos adquiridos”, disse.