O secretário Municipal de Serviços Básicos da capital, Jair Ramires, disse que a condenação a um ano e dois meses de prisão por racismo imposta a ele pelo Juizado de Primeiro Grau é injusta, porque ele não chamou ninguém de preto. Ele admitiu ter comparado alguns barraqueiros a porcos.
Ramires explicou que estava diante de algumas barracas cujos proprietários sujam constantemente a rua. “É uma situação difícil. Todos os dias meu pessoal limpa e logo em seguida os barraqueiros fazem a maior sujeira. Eles não colaboram com a prefeitura”, explicou.
Segundo ele, enquanto inspecionava o local, um dos barraqueiros iniciou uma discussão. “Conversei com ele para tentar explicar que ele deveria colaborar com a limpeza da cidade, evitando jogar sujeira na rua. Ele não quis entender. Em dado momento eu disse que eles estavam parecendo porcos”, afirmou.
O secretário explicou que em seguida o cidadão saiu do local acompanhado por uma outra pessoa e o denunciou por racismo. “Não sou racista, nunca fui. Eu fui condenado por algo que eu não devo. Só estava cuidando da limpeza da cidade. Não chamei aquele cidadão de preto”, destacou.
Ramires acrescentou que irá recorrer da sentença e espera modificá-la. Ele lembrou que anteriormente foi condenado pela Justiça de Primeiro Grau a um ano e meio de prisão, perda da função pública, pagamento de R$ 10 mil de indenização e proibição de abrir conta em banco por cinco anos.
“No Tribunal de Justiça, consegui reverter a sentença, em votação por unanimidade. Acredito que conseguirei resolver essa nova questão, pois realmente é algo que eu não devo. Não sou racista”, afirmou.