EMANCIPAÇÃO – Dias tensos, revolta, forças contrárias e protesto sobre protesto no bloqueio de Ponta do Abunã – Confira fotos

EMANCIPAÇÃO – Dias tensos, revolta, forças contrárias e protesto sobre protesto no bloqueio de Ponta do Abunã – Confira fotos

EMANCIPAÇÃO – Dias tensos, revolta, forças contrárias e protesto sobre protesto no bloqueio de Ponta do Abunã – Confira fotos

Foto: Divulgação

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 O prenúncio para o bloqueio da BR 364, no Km 1040, a 350 quilômetros de Porto Velho (RO) já vinha desenhando desde a semana passada com reuniões entre moradores, empresários e a sociedade civil organizada. O ato se concretizou às cinco horas da manhã de segunda-feira (03), quando a comunidade unida pela emancipação do Distrito de Extrema que, junto a outros distritos, como Califórnia e Fortaleza do Abunã, no denominado Ponta do Abunã, bloquearam a rodovia com toras de madeira e montaram acampamentos às margens da BR, impedindo a passagem de qualquer veículo e isolando o Acre.
 
O impasse acabou prejudicando a população acreana, que ficou isolada, e um imenso congestionamento tomou conta da rodovia. A exigência dos moradores de “Ponta de Abunã” é a realização de um plebiscito para a criação do município de Extrema de Rondônia, que ainda será julgado no Tribunal Superior Eleitoral.
 
Na manhã dessa quarta-feira (05) foi fechado o posto fiscal de Rondônia, em Extrema pelos índios e pelos manifestantes do movimento pró emancipação da Ponta do Abunã. Os manifestantes se preparam para resistir, se houver tentativa de desbloqueio a força.
 
Ainda no final desta manhã a Justiça Federal emitiu uma liminar de reintegração de posse para debelar a obstrução da BR 364 e um contingente do Núcleo de Operações Policiais da PRF já foi designado para a área.
 
Saiba a real situação do bloqueio nesses três dias que pararam a rodovia e isolou o Acre.
 
 
FORÇAS CONTRÁRIAS
 
No local, apesar do apoio da população, que contou com a adesão de índios da etnia Kaxarari, existem forças contrárias a emancipação do Distrito, principalmente de uma parte dos comerciantes locais, que, segundo alguns moradores, são pessoas bem sucedidas economicamente e que, talvez, não tem interesse devido “trabalharem na clandestinidade e temem fiscalizações caso Extrema venha ser emancipado”.
 
PROTESTO SOBRE PROTESTO
 
Diante do bloqueio da rodovia, os caminhoneiros que não puderam seguir viagem para o Acre, acabaram gerando outro protesto e decidiram também “trancarem” a BR – no sentido Porto Velho - para evitar que os moradores dos distritos que integram a manifestação se desloquem até a capital rondoniense. Com isso muitas carretas bloquearam as saídas do Distrito de Extrema em protesto contra a população local.
 
MORADORES SE QUEIXAM
 
Moradora há 25 anos no Distrito de Extrema, Maria Sales Andrade reclama da falta de sinal de celular na comunidade local e que a falta de estrutura atinge a todos os moradores, citando o fato de não conseguir fazer uma ultrassom. Mais grave ela denuncia que todas as crianças geradas em Extrema são levadas ainda dentro do ventre das mães para nascer em Rio Branco (AC). “Isso é ridículo, minha gente!”, esbraveja.
 
Aparecido Bispo, que diz ser representante da comunidade e é membro da cooperativa de agricultores, afirma que desde 1996 o distrito faz suas reivindicações e até hoje não foi emancipado. Bispo ressaltou que a sociedade civil organizada local já encaminhou documentos (abaixo assinado e ofícios) para todas as autoridades, entre elas, deputados federais e senadores da República, mas não obtiveram nenhuma resposta sobre o processo de encaminhamento do plebiscito (que hoje se encontra no TSE).
 

INDÍGENAS INTEGRAM MOVIMENTO

Em contato com o presidente da Associação Indígena Kaxarari, Zezinho Kaxarari, ele informou que cerca de 250 indígenas participam do movimento pró-emancipação de Extrema e que bloqueou a BR 364. Zezinho disse que os índios não foram induzidos a participar do protesto, mas que toda a ação deles foi feita de forma consciente e espontânea. “Estamos aqui para lutar pelos nossos direitos e temos como bandeira a saúde do povo indígena”. 

As aldeias da etnia ficam próximas da região de Extrema, cerca de 30 a 40 quilômetros, e participam não só adultos como crianças também. Para ocupar o dia enquanto rola a manifestação, os índios confeccionam artesanato. Zezinho lembrou que esta é a quarta vez que os índios participam da manifestação em pró-emancipação, a primeira vez foi em 1996, a segunda em 2007 e a terceira vez no ano passado.
 
O lider indígena disse der chamado outras etnias da “boca do Acre” para participar do movimento na rodovia.
 
ACAMPAMENTO E ALIMENTAÇÃO
 
Para manter o bloqueio na BR 364 existe uma demanda de tempo, disponibilidade e uma constante vigília, que necessita de gente e muita comida. Os manifestantes, em sua maioria famílias inteiras, com mulheres, crianças e até idosos, se mantém no local através de acampamentos improvisados e que foram montadas a base de compensados finos e lonas, que servem de abrigo improvisado para os manifestantes dormirem durante a noite.
 
Diante do impasse no local, alguns caminhoneiros, sem opção, tem se aproximado da população local e participam de algumas ações animadas durante a noite, inclusive com rodas de violões.
 
A alimentação tem sido feita a base de cooperação entre os moradores, com a montagem de fogões a lenha nas margens da rodovia e que mantém um cardápio a base de churrasco, mandioca e arroz.
 
APOIO
 
Além da população dos distritos de Fortaleza do Abunã, Califórnia e Extrema, integram o protesto 90 famílias do MST (Movimento dos Sem Terras), da localidade de Mendes Júnior e o Sindicato Rural de Extrema.
 

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