Ações que prevêem a atuação da União de Voluntários do Estado de Rondônia (Uveron), do Governo de Rondônia, através da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP), foram discutidas na manhã da última sexta-feira, 5, pela presidente da Uveron, Valdelise Ferreira, junto aos diretores de 42 escolas estaduais da Capital; o representante de Ensino de Porto Velho, Marcos Meireles e a secretária executiva do COEP, Maria Helena Cruz Magalhães. Representando a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) participou o gerente de Epidemiologia e Vigilância Ambiental, Marcos Ferreira.
O objetivo da reunião foi o de propor uma atuação em parceria junto às escolas, integrando os alunos e as comunidades através da disseminação e fortalecimento do voluntariado nas escolas, com ações que ampliem o envolvimento das comunidades nesses processos. Esse fortalecimento proposto pela Uveron e a Coep está baseado na mobilização dos jovens para os Oito Objetivos do Milênio (ODM), ou os Oito Jeitos de Mudar o Mundo, que a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs no ano 2000.
Entre as propostas, foi discutida a realização de um festival estudantil de Música, tendo como temas a Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente, um dos objetivos do milênio. Val Ferreira explicou a intenção da Uveron em chamar a atenção dos alunos para o interesse nas ações voluntárias através da música e outras atividades educativas e culturais. Por isso convidou o COEP, entidade que atua a mais de 15 anos em Rondônia, e que tem como meta realizar este ano um festival estudantil de música.
Ela também explicou sobre a articulação da Agenda Criança Amazônia -- uma ação do protocolo assinado pelos governadores da Amazônia Legal junto ao UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) dos governos da Amazônia Legal, para priorizar as crianças nos orçamentos estaduais e nas políticas públicas, priorizando os orçamentos e também tendo como pano de fundo os Objetivos do Milênio que se referem à infância. A articulação está em fase de formação de Comitê e composição das entidades e colaboradores que vão atuar nesta área. “Nossa preocupação é a de abrir os jornais quase todos os dias e ver a morte de um jovem”, disse Val Ferreira, ao explicar por que procurou a secretária da SEDUC, Marly Cahulla, para pedir o apoio das escolas “por sabermos a importância das escolas no fortalecimento de campanhas educativas de saúde, nos programas de combate ao uso abusivo de drogas, entre outros”, disse, explicando que a intenção é a de se potencializar forças para que se possa atingir objetivos comuns com maior qualidade, lembrando a necessidade de buscar melhor qualidade de vida ao se referir ao Dia Nacional do Meio Ambiente.
Elizete Nascimento, vice-presidente da Uveron, apresentou o programa da entidade para este ano, que inclui o Desenvolvimento Comunitário; a Agenda Criança Amazônia e o Programa Juventude e Voluntariado, com a finalidade de despertar o interesse dos jovens pelo voluntariado nas escolas com ações onde possam atuar como a confecção de hortas, a sensibilização para a limpeza de ruas, trato com o lixo, ações preventivas na área de saúde, como a distribuição do hipoclorito, entre outras. Também explicou sobre o Programa de Desenvolvimento Comunitário, com a capacitação em organização, gerenciamento e captação de recursos para cerca de 60 lideranças de associações comunitárias, que a Uveron vem realizando com a cooperação técnica da Faculdade São Lucas.
Distribuição de Hipoclorito com informações precisas - A distribuição de hipoclorito através das escolas foi possibilitada após reuniões que a diretoria da Uveron fez junto à SEDUC e à SESAU prevendo ampliar a informação sobre a utilização do produto através dos estudantes. “Fomos informadas de que é grande o número de acidentes pela utilização indevida de produtos e de embalagens, por isso pensamos na distribuição do hipoclorito precedida de orientações e palestras”, disse Val Ferreira, ao afirmar sobre a integração das áreas, proposta também pela Agenda da Criança Amazônia. “Apesar de reconhecermos a amplitude da atuação das escolas, achamos que mais essa parceria será importante para ampliar o conhecimento da população. Os jovens também vão se sentir responsáveis e parte do processo”, explicou Val Ferreira.
O Representante da REN, Marcos Meireles destacou a importância das escolas ampliarem a informação junto aos estudantes. “Podemos garantir o incentivo às práticas corretas sobre a utilização de componentes químicos ou informações sobre os perigos da automedicação, por exemplo, “alertando as crianças para as práticas corretas sobre a utilização de produtos e consumo de medicamentos”.
O técnico da Vigilância Ambiental José Maria Prestes explicou como vai se dar a distribuição do produto nas escolas. O Gerente da Epidemiologia e Vigilância Ambiental do órgão, Marcos Ferreira, também disse que as escolas podem solicitar palestras explicativas. As escolas vão receber as caixas do hipoclorito e os alunos receberão os frascos em sacolas plásticas. Antes, porém, poderão receber informações detalhadas através dos professores de Ciências ou de áreas afins, sobre a maneira correta de utilização do produto para desinfecção da água em poços, caixas ou cisternas. “A recomendação é a de se trabalhar com adolescentes a partir dos 14 anos”, sugeriu.
A Música para refletir o Ambiente
Helena Magalhães fez um relato sobre a atuação do COEP em Rondônia desde 1993, com a Campanha Contra a Fome e Pela Vida, do Betinho. Ela explicou que a entidade trabalha, principalmente, com a ação voluntária de pessoas, entidades e órgãos nas mais variadas ações de promoção do indivíduo e exercício da cidadania. No Brasil, são mais de 700 entidades entre 27 Comitês Estaduais, que constituem uma grande rede de mobilização social para o desenvolvimento humano e da promoção social. Ela destacou a importância da parceria com as escolas na mobilização dos jovens sobre as metas do milênio e explicou o planejamento para a realização de um festival de música estudantil tendo como tema a discussão sobre o Meio Ambiente.
A entidade vem trabalhando com cinco objetivos do milênio, do 3 ao 7, que seguem descritos em seguida. Para a realização do festival, o COEP já possui técnicos para a realização de palestras, discussão do regulamento, letras, músicas e arranjos e já existe um calendário prévio de execução. A possibilidade de envolver os alunos num projeto desta natureza possibilitará o aparecimento de novos talentos e a discussão de suas diversas linguagens.
Os diretores receberam fichas para a adesão das escolas à proposta e posteriormente vão definir um representante por escola para compor a comissão do festival e demais atuações para o fortalecimento do voluntariado.