A Eletrobrás não descartou a possibilidade de aumentar a sua carteira de controladas no setor de distribuição de energia. O presidente da estatal, José Antônio Muniz Lopes, citou a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e a Companhia Energética de Roraima (CER) como candidatas a entrar para a holding, a exemplo de outras seis distribuidoras estatais que atualmente são controladas pela Eletrobrás.
"A distribuição agora é um negócio da Eletrobrás. Trabalhamos com a hipótese de ganharmos muito dinheiro com essas empresas", afirmou Muniz Lopes. O executivo ressaltou que a entrada da CER e da CEA no portfólio de distribuição da Eletrobrás depende da disposição de venda por parte dos governos estaduais e da autorização do governo federal para que a estatal assuma o controle das empresas. Muniz Lopes lembrou que a dívida da CEA com a Eletrobrás por conta de energia adquirida e não paga é de cerca de R$ 560 milhões, dos quais R$ 152 milhões só no ano passado. Já a CER tem uma dívida de R$ 20 milhões com a Eletrobrás, também relativa à compra de energia.
No ano passado, as seis empresas federalizadas deram lucro conjunto de R$ 53 milhões, contra prejuízo de R$ 1,23 bilhão em 2007. A maior recuperação veio da Manaus Energia, que lucrou R$ 199 milhões no ano passado, contra prejuízo de R$ 1,067 bilhão em 2007. A Companhia Energética de Alagoas (Ceal) também reverteu o resultado e lucrou R$ 39 milhões em 2008, contra perdas de R$ 23 milhões no ano anterior. Já a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre) lucrou R$ 200 mil, contra ganhos de R$ 4 milhões em 2007. As outras três federalizadas tiveram prejuízo em 2008. A Boavista Energia, de Roraima, perdeu R$ 37 milhões, enquanto a Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) teve prejuízo de R$ 50 milhões e a Companhia Energética do Piauí (Cepisa) perdeu R$ 99 milhões.
Muniz Lopes ressaltou que a expectativa da empresa para este ano era de que as federalizadas dessem prejuízo conjunto de R$ 1,8 bilhão, mas o combate às perdas e as medidas de gestão interna contribuíram para que as expectativas fossem superadas. "Focamos no equilíbrio das contas, com uma gestão profissional", explicou Flávio Decat, diretor-presidente das empresas de distribuição da Eletrobrás.