O Secretário Municipal de Serviços Básicos (SEMUSB), Jair Ramires, está sangrando, dada a freqüência e a contundência de possíveis irregularidades envolvendo sua pasta.
Não se trata, contudo, de uma situação confortável. E se depender da vereadora Ellis Regina (PC do B), Jair vai sangrar até definhar. A dúvida, agora, é para saber até quando ele resistirá tantas estocadas.
Na sessão de segunda-feira, Ellis requereu cópia do processo nº 10.0081/2008 pelo qual a prefeitura teria pagado a uma empresa mais de cento e oitenta mil reais para limpar os dois cemitérios da cidade, durante três meses. Segundo matéria postada no jornal eletrônico RONDONIAOVIVO, o serviço nunca foi executado.
Por lei, Jair tem vinte dias, no máximo, para responder o Pedido de Providência da vereadora, importando crime de responsabilidade a ausência de resposta na data estipulada.
O prazo aplica-se, também, ao prefeito Roberto Sobrinho. De acordo com o art. 89 da Lei Orgânica Municipal, “São crimes de responsabilidade os atos do prefeito que atentem contra a Constituição Federal, Constituição Estadual e a Lei Orgânica...”.
A vereadora não descartou a possibilidade de pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Primeiro, vai analisar a papelada. Depois, decidirá o caminho a seguir. Por enquanto, é bom Jair começar a colocar a barba de molho. Quanto ao prefeito Sobrinho, se não abrir o olho corre o sério risco de arranjar mais uma tremenda dor de cabeça, por conta das peraltices de Jair.
Em 2005, Jair era vereador. Notabilizou-se por criticar duramente a administração petista. Na época, chegou a ser apelidado de “o carrasco do prefeito”. Não havia uma só sessão em que ele não deitasse o látego nos costados de Sobrinho.
Acabou sendo nomeado para comandar a SEMUSP, hoje, SEMUBS. De inimigo figadal de prefeito, passou à fiel escudeiro, como que num passe de mágica.
Nas hostes do PT, há os que querem e trabalham para vê-lo fora dos quadros municipais, mas Jair conta com as bênçãos de Edison Silveira (presidente da EMDUR), afilhado político da senadora Fátima Cleide. Vamos ver até quando ele continuará com a cabeça grudada ao pescoço.