O Plano Amazónia Sustentável (PAS), lançado em Maio pelo governo brasileiro, para redução da desflorestação ainda “não desencalhou”, segundo afirmou terça-feira o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, segundo informações divulgadas pela Agência Brasil.
“O Brasil assumiu compromissos internacionais de redução de desmatamento e agora tem que dar conta do recado”, disse Minc, salientando que aquele projecto é um “plano complexo”.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, será criada um grupo especial para tratar dos assuntos relativos às áreas degradadas e infra-estruturas já a partir da próxima semana.
Para Minc, esta iniciativa “é de fundamental importância, pois só o trabalho da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis não resolvem no combate ao desmatamento na Amazónia”.
Ele complementou ainda quer será necessário avançar com o grupo de trabalho“para que o Plano Amazónia Sustentável ganhe agilidade”.
O Plano está sob a coordenação do Ministério de Assuntos Estratégicos do Brasil e prevê a implementação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável nos nove Estados que compõem a Amazónia Legal brasileira.
Além de promover a sustentabilidade, o governo brasileiro firmou outros 15 compromissos como o combate à desflorestação ilegal, a conservação da biodiversidade, a recuperação das áreas já desflorestadas, o uso das potencialidades energéticas de forma sustentável e o fortalecimento da integração do Brasil com os países sul-americanos amazónicos como a Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname.
Em Dezembro, Carlos Minc já havia feito críticas ao Plano por não ter avançado de forma satisfactória nas acções conjuntas de proteção da Amazónia.
Já nessa altura ele dizia que o Plano Amazónia Sustentável estava “travado”. “Há compromissos que o Brasil assumiu", recordou então.
Segundo Minc, é preciso garantir alternativas económicas sustentáveis para que os moradores da floresta sobrevivam sem devastar o meio ambiente.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população da Amazónia brasileira em 2005 era estimada em 23 milhões de pessoas. A projecção para 2010 é de 25,8 milhões e representará cerca de 13 por cento da população total do país.
No Plano Amazónia Sustentável refere-se a região como “foco da atenção nacional e mundial”. “Ressalta-se a importância da maior floresta tropical do planeta enquanto acervo de biodiversidade e como base de prestação de serviços ambientais para a estabilização do clima global”, destaca o documento.
O texto alerta ainda para os riscos de uma “utilização predatória da base natural da região poder ameaçar tudo o que se poderá obter, no presente e no futuro”.