Pela Valorização dos escritores de Rondônia - Por Diogo Filho

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Foto: Divulgação

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Se existe algo que eu não consigo entender é como se pretende alcançar um nível de conhecimento satisfatório nas escolas públicas diante da situação precária das bibliotecas. O que deveria ser um centro de pesquisa, inclusive integrada à internet como ocorre nos países mais desenvolvidos, está relegada à condição de valhacouto de insetos. Pobres Livros! Mereciam um destino melhor. Logo num país que se lê tão pouco. Acervos desatualizados, espaço exalando odores de mofo, amontoado de prateleiras improvisadas em saletas desconfortáveis.
Entretanto o desrespeito maior dos gestores da educação é com os escritores de Rondônia que, não obstante as dificuldades financeiras para pesquisa e publicação das suas obras, não desistem de produzi-las, malgrado os obstáculos para vender ou divulgá-las. Os livros existentes nas escolas de autores regionais são minguados, isso quando se tem alguma unidade. O Governo do Estado que deveria dar o exemplo aos municípios, é descompromissado na aquisição destas obras, a ponto do ensino médio só não estar em frangalhos por causa dos materiais didáticos enviados pelo Governo Federal. E olha que nós temos excelentes escritores. Não tenho espaço para citar todos, mas honra-me enunciar alguns que deveriam ser leitura obrigatória para os estudantes de ensino fundamental e médio.
Cito de início, o excelente escritor Matias Mendes, homem simples do Vale do Guaporé, dotado de inteligência acima da média que escreve de forma prazerosa. Seus livros exaltam a rica cultura da região, sua poesia é encantadora e denota um vasto conhecimento da nossa história; Prof. Dante Ribeiro da Fonseca publica trabalhos mais extensivos ao ensino médio e acadêmico, além do já conhecido “História Regional”, em parceria com o Prof. Marco Antônio Teixeira, obra que é referência bibliográfica para todos os concursos do Estado; Francisco Matias escreve com profundo conhecimento da nossa historiografia; o livro do imortal Emanuel Pontes Pinto é essencial para uma visão histórica mais detalhada da formação de Rondônia; Yêda Borzacov é - por excelência - a dama da intelectualidade rondoniense; o saudoso mestre Paulo Saldanha Sobrinho conta histórias fantásticas do início da colonização do Estado. Poderíamos citar ainda Manuel Rodrigues Ferreira e a saga da EFMM, Abnael Machado, Esron Menezes, Ovídio Amélio, Antônio Cândido, Flávio Lima e Odenildo Veloso, como expoentes da nossa produção literária, que merecem um vau de reconhecimento maior se suas obras fossem adquiridas e expostas nas bibliotecas das escolas públicas.
As produções dos nossos professores também não têm deixado a desejar. Por iniciativas individuais, estiveram vencendo prêmios importantes como o da Editora Abril. Algumas cidades têm projetos desenvolvidos por seus docentes cujo talento não encontra palco para divulgação, relegando-os ao anonimato. Recentemente, li um livro emprestado por um colega sobre História de Rondônia, esquematizado para o ensino fundamental, completo, texto simples e destinado às séries iniciais. Quem o escreveu foi um professor de Costa Marques cujo nome não me recordo. Tentei comprá-lo, mas não o encontrei nas livrarias, provavelmente porque o autor, além de morar nos “cafundós” não deve ter condições financeiras para tanto. De imediato me lembrei das dificuldades dos “tios e tias” das séries iniciais em conseguir material didático para elaborar aulas de história regional para a meninada.
Enquanto isso, o Governo torra a dinheirama dos impostos em cursos e seminários sobre história e geografia de Rondônia no Hotel Rondon, sem resultados práticos. Com esse dinheiro, supriria as bibliotecas com obras dos autores regionais, eternizando nossa cultura para as futuras gerações, reconhecendo e valorizando nossa produção literária e recompensando financeiramente quem pesquisa e escreve. Seria um estímulo para continuar a busca de talentos.
Esta desvalorização com a cultura, com os escritores e com os próprios alunos da escola pública ocorre diariamente em vários municípios. Nas escolas do Estado, seria até redundância falar da má-qualidade do governo Cassol e o baixo intelecto dos que gerem os recursos da educação de Rondônia. Eles ainda dizem que a educação cassolista é de qualidade. Mesmo sem biblioteca decente, aliás, esta custa mais barato que uma Mitsubishi de cabine dupla comprada pelo flagelo da educação.  
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