Bolívia decreta estado de sítio regional; brasileiros estariam feridos
Foto: Divulgação
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De acordo com a Agência Brasil, o jornalista Alexandre Lima, do site O Alto Acre, afirma que os brasileiros --dois homens e uma criança-- foram baleados por manifestantes quando se dirigiam para a cidade de Cobija, de caminhão. Um dos homens foi ferido na clavícula e outro, nas costelas. A menina, filha de um deles, também se feriu.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, eles foram internados no hospital Roberto Galindo, em Cobija, para observação, mas não correm risco de morte. O jornalista não soube informar os nomes dos pacientes. Lima afirma ainda que cerca de 2.500 brasileiros moram no vilarejo de El Porvenir, um dos locais onde os conflitos são mais violentos.
O jornalista conta ainda que no início da noite, um avião hércules do Exército da Bolívia pousou no aeroporto da cidade. A população, sabendo da intenção dos militares de ocupar a pista, se dirigiu até o local. Houve confronto e os soldados enfrentaram os civis com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e metralhadoras. Os tiros atingiram três mulheres e um homem, que foram levados ainda vivos para o hospital.
Ontem à noite, a movimentação dos manifestantes no aeroporto era grande. O clima também era tenso no centro da cidade. Havia fumaça e cinzas, resultado dos saques ao comércio. Havia rumores de que a população pudesse invadir lojas que ainda não haviam sido saqueadas.
O rio Acre separa as cidades de Cobija, na Bolívia, e Brasiléia, no Brasil. A fronteira dos dois países tem mais de 3.400 quilômetros de extensão e vai até Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Ali, segundo a Polícia Federal, manifestantes bloqueavam ontem a ponte e a estrada que ligam os dois países. "Moro na fronteira e acompanho a crise desde o início. Está piorando", disse Lima.
Estado de sítio
De acordo com a agência de notícias Efe, na Bolívia, o estado de sítio, entre outros pontos, proíbe o porte de armas de fogo, armas brancas ou explosivos; e a circulação de grupos de mais de três pessoas e de veículos da 0h às 6h. Fica proibido ainda fazer reuniões políticas e deixar a região sem salvo-conduto.
O ministro de Defesa, Walker San Miguel, afirmou à imprensa, no Palácio do Governo, em La Paz, que o decreto visa "garantia a vida" e "os interesses da coletividade". Ele disse ainda que os mortos no confronto de ontem eram camponeses pró-Morales que foram atacados por um grupo armado de direita composto por "delinquentes, alguns estrangeiros".
"Pando vive momentos de terror e de violência desmedida", afirmou o ministro de Governo, Alfredo Rada. Segundo ele, o número de vítimas do confronto "é crescente". Nove corpos foram encaminhados oficialmente ao necrotério de Cobija, a capital de Pando.
Pando é um dos cinco departamentos do país que têm governadores de oposição. Neles, os protestos anti-Morales têm sido mais freqüentes e mais violentos. Os demais departamentos opositores são Santa Cruz, Beni, Tarija e Chuquisaca.
Os anti-Morales reivindicam que o governo devolva aos seus departamentos a renda oriunda do petróleo que, desde janeiro passado, é destinada a um programa nacional de assistência aos idosos. Eles rejeitam o projeto da nova Constituição e pedem autonomia.
Crise diplomática
Ao crescente clima de tensão interna, Morales somou um forte atrito diplomático com os Estados Unidos. Ele expulsou o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg, sob a acusação de conspirar e promover a divisão na Bolívia.
Os EUA responderam afirmando que a decisão de Morales representou um "grave erro". O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, disse que o ato "danificou seriamente a relação bilateral".
Um dia depois, o governo americano decidiu expulsar o embaixador boliviano em Washington, Gustavo Guzman. Ele foi declarado "personna non grata".
Em solidariedade à Bolívia, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou ontem a expulsão do embaixador americano em Caracas, Patrick Duddy. Ontem, os EUA expulsaram o embaixador venezuelano em Washington, Bernardo Alvarez Herrera.
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