Muitos aparelhos instalados em diversos pontos do Brasil não funcionam corretamente, devido à falta de manutenção e/ou descaso total por parte do governo. Em Rondônia, das 42 plataformas existentes, mais da metade envia os dados com algum tipo de erro.
Para que você entenda perfeitamente o que de fato ocorre aconselhamos que leia até o final, tendo por inicio uma matéria publicada pela empresa MetSul Meteorologia Lta., cuja autoria é do presidente-diretor da mesma, professor Eugenio Hackbart – cujo texto na íntegra pode ser conferido clicando
AQUI.
No primeiro instante de averiguação causa vergonha e ao mesmo tempo, uma revolta em saber de como o dinheiro público é gasto para com as pesquisas cientificas neste País. Antes fosse, as inúmeras ações do Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Meio Ambiente, bem como são mostradas a população através da imprensa, valessem a pena ao serem criadas e administradas.
Um dos maiores gastos custeados pelo Governo Federal na área de meteorologia foi à substituição das estações meteorológicas manuais (aquelas em que havia um funcionário próprio do local onde a mesma era instalada, para fazer as leituras todos os dias), pelas tão modernas e ineficientes PCDs, que hoje, apesar de estarem em grande peso sobre todos os Estados, inclusive em Rondônia, ao pesar da balança em nada ajudam nas anotações sobre o tempo e muito pelo contrário, só atrasam nos estudos e ainda por cima prejudicam as previsões e prognósticos futuros.
O QUE É UMA PCD?
As PCDs - Plataformas de Coletas de Dados surgiram da necessidade de inúmeras empresas e instituições em obter regularmente informações colhidas em lugares remotos ou espalhados por uma região muito grande. O exemplo mais clássico é o das informações meteorológicas (temperatura, pressão, direção e velocidade do vento, umidade, etc.), utilizadas por especialistas para previsão do tempo. Antigamente, em muitos locais a única maneira de colher essas informações era instalar aparelhos de registro e "visitá-los"
Em Rondônia existem atualmente cadastradas, 42 PCDs espalhadas na maioria dos municípios. Existem três tipos de PCDs; As meteorológicas, que servem para a coleta de variáveis essenciais para a realização de previsões a curto e médio prazo; As hidrometeorológicas, que se baseiam principalmente na estrutura do lençol freático, monitoramento de rios e nascentes e controle de parâmetros do solo; E as agrometeorológicas, com coletas importantes para o uso em informações voltadas a agricultura, como controle fitossanitário e acondicionamento do solo em diversos níveis de leituras.A maioria das PCDs em Rondônia está sob responsabilidade da SEDAM (Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia), que visa na adequação das tais PCDs em fazendas, prédios e/ou áreas públicas nas cidades e usinas geradoras de energia elétrica.
(vide relação das empresas administradoras das PCDs no Brasil)
Em uma outra lista
(vide lista de Rondônia), está a indicação de quais são as PCDs em Rondônia, com as suas respectivas codificações, tipo de estação, cidade onde está localizada esta estação e o status de funcionamento, como ativa, em manutenção ou inativa.
A maioria estipulada na mesma lista está como ATIVA, sendo, portanto, uma das ferramentas utilizadas pelos centros de pesquisas, inclusive os órgãos de pesquisa instalados em Rondônia.
Nota-se de cara, e, diga-se de passagem, um fato até muito curioso, pois as mesmas PCDs estão sob registro oficial em uma das instituições cientificas mais respeitadas do mundo, o CPTEC. Por ai podemos ter uma breve noção de como andam os demais registros nos centros regionais ou voltados a uma área especifica do País, como no caso, a Amazônia.
A PCD de Vilhena é a do tipo meteorológica, e está instalada no campo de pesquisas e estudos da Embrapa-Soja, ao longo da rodovia BR-364, próximo à divisa com o Estado de Mato Grosso, na barreira de fiscalização (SEFAZ). Esta mesma encontra-se como ATIVA nos registros do CPTEC, pois continua armazenando no driver as variáveis, mas devido a uma pane ocorrida em novembro de 2004, quando um raio atingiu a estação, os mesmos dados não são repassados a Cuiabá, nem podem seguir o destino final que é Cachoeira Paulista-SP.
Entramos em contato com o CPTEC, via telefone e email, para saber ao certo, se o repasse de verbas destinado ao controle e manutenção total dos equipamentos estão sendo feitos, como determina os mesmos senhores ministros do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia.
As mesmas estão sim sendo enviadas as respectivas empresas controladoras das PCDs nos Estados e as instituições de pesquisas cientificas dos mesmos.
Em Rondônia, já são mais de três anos, desde que as primeiras plataformas foram instaladas, que ninguém do governo teve a audácia em promover estudos mais profundos sobre as verbas que são repassadas através do Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Ciência e Tecnologia.
Que essas plataformas são uma porcaria e até os pesquisadores mais renomados ditam que é puro dinheiro público jogado fora, qualquer pessoa leiga, até um simples leitor de jornal desconfia no ato da leitura. O que vêem em questionamento é o por quê das autoridades locais não saberem de nada, de repasse de verba alguma, como sempre e de costume.
Em Ji-Paraná fomos atrás do diretor regional da SEDAM, que, como os outros diretores regionais também procurados em Vilhena e Cacoal, não souberam dar uma explicação plausível e sequer sabem o que é uma PCD.
Elas existem; Estão funcionando na precariedade, muitas já quebradas como uma estação meteorológica em Ariquemes; A verba pública está vindo; Os impostos cobrados de cada cidadão brasileiro estão sendo injetados nessas benditas técnicas modernas de pesquisa e então, por que não estão sendo equiparadas? Reguladas? Ou melhor, como tudo em Rondônia o fim do túnel é um conto de fadas, onde, para onde está sendo destinada essa verba que, repito: É repassada às empresas administradoras dos Estados e no caso de Rondônia, a SEDAM?
Mas se na SEDAM nem ao certo sabem o que é uma PCD, como vão saber do bendito dinheiro destinado à manutenção das mesmas?
Centros de pesquisas, instituições governamentais voltados ao incentivo e desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias de enriquecimento na segurança da população são fundamentais. Pena que em Rondônia, quem sempre tentar abrir os olhos para a verdade que está estampada na cara, na face de todos, sempre acaba saindo como o que procura, o leigo que não diz coisa com coisa, que sempre procura atrito com os centros de pesquisas locais. E assim o Brasil vai caminhando!
Depois da vergonha monstruosa que foi descoberta na mesma área de ciência, de que os institutos de meteorologia públicos estão vendendo fontes e dados de pesquisas pagos por nós mesmos, através de nossos impostos e até agora ninguém fez nada, é muito confiante esperar algo do futuro.
Sim, porque um dia as coisas tem que mudar, afinal de contas, o Brasil não pára, o mundo não pára. Pena que o brasileiro não foi customizado e regrado a duras penas de cabresto há 500 anos atrás. E agora, só agora promovem políticas concretas e eficazes de educação do seu povo! Um dia as coisas mudam, na ciência brasileira também.
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Com dados da: CPTEC/INPE – INMET – MetSul – USP – SIVAM – SEDAM - EMBRAPA – ANA
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