*Legenda da foto 01: Na imagem acima, as pilastras do meio que sustentam as colunas da ponte ainda podiam ser vistas quando o rio marcava 8,30 metros.
*Legenda da foto 02: Nessa imagem faltam apenas 2 metros para o nível do rio atingir o "solo" da ponte. Com 10,50 metros e uma correnteza de 22 km/h, o rio Machado é o terceiro maior rio de Rondônia, estando atrás apenas do rio Madeira e rio Guaporé.
Com o sobe e desce dos últimos dias, milhares de famílias ribeirinhas de Ji-Paraná continuam deixando suas casas em virtude dos alagamentos e o medo de proliferação de doenças.
O nível do rio Machado que subiu muito nos últimos quatro dias voltou a baixar na manhã desta quinta-feira. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, às 7 horas a régua marcava 10,25 metros, cerca de 26 cm a menos que a medição realizada às 16 horas de ontem. Mesmo com uma leve redução, o rio ainda alaga diversos bairros de Ji-Paraná.
Nos bairros Duque de Caxias, Jardim Primavera e Urupá, cerca de 120 pontos estão totalmente alagados, com 12 casas comprometidas pela cheia do Machado. As famílias que saíram estão alojadas em casas de parentes, mas mesmo assim, a comissão municipal de Defesa Civil disponibilizou parte do ginásio Gerivaldão para um eventual recuo maior de pessoas. Ao todo são 2500 famílias cadastradas e monitoradas pelas autoridades.
Em alguns pontos do bairro Urupá, o nível do fio d’ água já está em 80 cm tomando conta de tudo e impedindo o tráfego de pedestres e automóveis. Para a água evacuar de vez, o nível do Machado tem que baixar para 8 metros, o que pela atual sinalização não deve ocorrer nos próximos dias. O nível ainda deve persistir acima dos 10 metros afetando muita gente. Os riscos de proliferação de doenças endêmicas são grandes, visto que a maioria das fossas das residências está transbordando e jogando todo o sedimento para as ruas.
A marca que mais chama a atenção no rio Machado é à força da correnteza. Em média, os picos de máxima velocidade alcançam até 22 km/h, o que significa que a água nas cabeceiras ainda é muita e deve continuar descendo com tudo até que as chuvas cessem de vez.
De acordo com os centros de previsão de tempo, o veranico desta semana ajuda a minimizar os efeitos da cheia, mas pode voltar a chover com mais intensidade na semana que vem. A mesma previsão vale para o vale do Guaporé e na Ponta do Abunã, locais onde o rio Madeira é formado. Se as chuvas se intensificarem nessa região, o nível do Madeira pode subir gradativamente de novo.
Apesar dos dias estarem bastante quentes e intercalados de horas sem chuva, o nível dos rios ainda devem permanecer acima da média pelo menos até a segunda quinzena de abril.
*Dados: CPTEC/INPE – Corpo de Bombeiros de Ji-Paraná - Capitania dos Portos de Porto Velho