Começo das aulas nas faculdades públicas e mais uma vez pouco se faz para evitar os trotes universitários. A dita “tradição” tem origem na Idade Média e se consolida nas faculdades e universidades, principalmente nas federais. No último dia 12, estudantes da USP se vestiram roupas semelhantes aos policiais do filme Tropa de Elite e iniciaram uma série de “brincadeiras” do tipo: “Tá com nojinho, ‘bixo’? Não vai entrar na lama? Pede pra sair!”.
Até aí tudo bem. Muitos jovens gostam mesmo de bagunça. O pior é quando a festa passa dos limites e se transforma em violência. Quantas vezes as emissoras de TV noticiaram casos de morte por conseqüência dessa baderna inconseqüente? A reportagem da revista Isto é, de maio de 2003, mostra claramente como a ESAQ, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, uma das mais importantes campus da Universidade de São Paulo, recebe seus calouros. Humilhação pública; jovens ajoelhados nas pedras, prometendo subordinação aos estudantes veteranos, violência e extorsão. Estas são algumas das pegadinhas realizadas pelos que se dizem universitários. Nos meus anos de escola li nos livros de história algo a respeito dos movimentos universitários em prol de causas realmente importantes. Pena não ter nascido nessa época, onde se lutava para conseguir os objetivos, em vez de estimular a violência.
Não estou tentando banir os trotes. Estou defendendo que as brincadeiras continuem, mas de forma saudável. Gincanas e brincadeiras (brincadeiras de verdade!), arrecadação de alimentos e explicações sobre os departamentos das faculdades são muito bem-vindas. Além de situar os calouros na nova realidade, não traumatizam e marcam a vida dos jovens universitários de forma positiva e estimulante para os próximos passos.
Vanessa de Paula – Acadêmica do 7° período de Jornalismo da Faro