Acre - Esporte radical mata acadêmico de Ciências Sociais na fronteira

*Morreu na tarde de sábado, na cidade de Cobija/Bolívia, o pára-quedista Mauro Souza de Oliveira, 29, durante uma apresentação do Clube de Pára-quedismo do Acre, esporte radical que costumava praticar por prazer nos finais de semana. A tragédia aconteceu por volta das 15h, quando a vítima saltou de avião da Força Aérea Boliviana a uma altura de três mil metros. *Mauro era acadêmico do Curso de Ciências Sociais da Uninorte e desceu em queda livre, caindo sobre uma coluna de concreto armado, às margens da pista do aeroporto internacional de Cobija. Filiado à Federação Acreana de Pára-quedismo (FAPq), estava realizando seu quinto salto solo. *O atleta estava sendo assistido pelo instrutor Getúlio Mário Gomes de Azevedo, com mais de três mil saltos como profissional da área. Segundo testemunhas, quando Mauro saiu da aeronave capotou, uma manobra errada, porém comum para os praticantes do esporte garante, o presidente da FAPq, Antônio Carlos Marques Gundim. *Equipamentos *O principal equipamento é mesmo o pára-quedas. Parece óbvio falar, mas você depende dele. O principal cuidado que deve ser tomado é com a dobragem. Caso você não se sinta seguro para realizar, existem profissionais especializados. O cuidado com a manutenção e conservação do pára-quedas também deve ser grande. *Em caso de problema com o pára-quedas principal, o uso obrigatório do pára-quedas de segurança evita qualquer tipo de acidente. O capacete, os óculos e o macacão são também equipamentos fundamentais. *Entidade sem sede *A entidade ainda não tem sede própria, mas é filiada à Confederação Brasileira de Pára-quedismo (CBPq), localizada em Fortaleza/Ceará. Gundim foi informado do acidente horas após o ocorrido, mas não conseguiu ir ao local por estar com uma das pernas quebradas quando praticava o esporte. *Segundo ele, existem informações a ser confirmadas pelo laudo do Departamento de Polícia Técnica que sugere uma parada cardiorespiratória do esportista na hora do salto. "Mauro, quando caiu no solo, estava com uma linha presa no pescoço, mas isso não impediria a manipulação do equipamento", salientou Gundim. *"Temos a informação que o equipamento não falhou, porém houve uma seqüência de giros, que qualquer atleta estando consciente não permitiria", frisou o presidente da FAPq. Antônio Gundim determinou que fosse instaurada uma sindicância para apurar os fatos, para dar uma explicação aos familiares do morto e à sociedade em geral. *Gundim explicou ainda que, as apresentações que se realizam na Bolívia devem-se ao fato de os preços serem mais em conta. Outra justificativa está na segurança dos atletas, por ser uma área restrita as forças armadas bolivianas. "Lamentamos com pesar a morte precoce do amigo Mauro, rogamos pelo conforto aos familiares", finalizou. *Quem pode praticar *Para praticar o esporte é necessário fazer um curso teórico e prático em alguma escola certificada pela Confederação Brasileira de Pára-quedismo. No curso você poderá aprender tudo sobre o esporte, além é claro, de realizar saltos. *Segundo o instrutor Osmar da Silva, o curso dá todo o embasamento necessário. "Quem faz o curso está apto a saltar. As avaliações são muito exigentes, o que garante a segurança dos alunos". *Antes de saltar, porém, é importante que você realize um exame médico para certificar as condições de saúde. Como a adrenalina é muito alta, todo cuidado é pouco. O pára-quedismo não é indicado para quem tem problemas do coração. *A morte do universitário e aluno de pára-quedismo Mauro Souza de Oliveira, está sendo investigada pela Polícia Civil de Epitaciolândia como homicídio, ainda que não sinalize com nenhum indiciamento de autoria. Ou seja, não há nenhum suspeito sob investigação. *Como surgiu o pára-quedismo *A história do pára-quedismo está diretamente ligada a da conquista dos céus. É que o primeiro homem a saltar de um pára-quedas foi o balonista francês Andre-Jacques Garverin. O francês e sua esposa foram os primeiros a saltar no ano de 1798. *Depois de muitos saltos, a maioria com condições precárias, as Forças Armadas passaram a utilizar a técnica para invadir os territórios inimigos. O desenvolvimento dos pára-quedas tornou possível a uma maior segurança e por volta da década de 50 o pára-quedismo começou a ser visto como uma forma de esporte. *A dirigibilidade e a praticidade do equipamento foi conseguida através da evolução dos materiais utilizados. Hoje em dia o praticante tem todo o controle sob a direção que quer seguir.

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