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Por: Marcos Souza
*Após um início de ano deficitário em lançamentos na capital, o Cine Veneza volta a entrar no circuito de estréias mundiais, justamente no mês que é um dos pontos altos do cinema norte-americano, onde ocorrem algumas das estréias mais aguardadas pelos fãs da sétima arte.
*Se na semana passada “Missão Impossível III” foi o primeiro dos “blockbuster” a estrear por aqui, em sintonia com o resto do mundo, nesta sexta-feira (19) está programada outra estréia do mesmo calibre, “O Código da Vinci”, do diretor Ron Howard (
o mesmo de “O preço de um resgate” e “Uma mente brilhante”, que lhe deu o Oscar de direção), adaptado do polêmico livro de Dan Brown, com Tom Hanks (
o eterno “Forrest Gump” e o estrangeiro de “O Terminal”, de Spielberg), Jean Reno (
de “O Profissional” e “Ronin”), Ian McKellen (
o Magneto da série “X-Men” e o Gandalf da trilogia “O Senhor dos Anéis”) e a atriz francesa Audrey Tautou (
a inesquecível personagem do premiado “O Fabuloso destino de Amélie Poulain”, do diretor Jean Pierre Jaunout, de “Alien, a ressurreição”).
* “O Código Da Vinci” estréia nessa sexta-feira (19) em Porto Velho, sem horários definidos ainda, mas deve seguir o padrão de sessões para grandes lançamentos na capital, de 18h30 e 21h30.
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FIEL ADAPTAÇÃO
*O filme é uma adaptação do romance de Dan Brown, que já havia escrito uma trama de teor cinematográfico, com sua narrativa detalhista e recheada de clímax. Seguindo a tendência mundial em discutir o teor sacro-histórico proposto pelas “teorias comprobatórias” do escritor, com questões relativas a história cristã e à teologia, “O Código Da Vinci” é o mais extraordinário sucesso literário dos últimos anos, dividindo opiniões e angariando fãs nos países onde o livro foi traduzido.
*No Brasil o livro está quase atingindo a histórica marca de um milhão de exemplares vendidos (
conta-se as duas versões da Editora Sextante, a econômica e a ilustrada), e, no mundo já chega a quase 40 milhões de exemplares. Um sucesso extraordinário.
*O autor, um marketeiro de primeira linha, acentuou a polêmica quando nas páginas iniciais do livro escreve que boa parte das teorias históricas e o que foi escrito e descrito, até mesmo na representação das obras de Leonardo Da Vinci, são baseados em documentos reais e comprovados em estudos e pesquisas fundamentadas anteriormente, principalmente no que diz respeito ao
”Opus Dei” (
uma instituição católica que se identifica com a doutrina católica) e o
”Priorado de Sião”, uma sociedade secreta, que detém o segredo do Santo Graal, o mote principal da narrativa contida no livro.
*Difícil falar no livro sem contar sua trama central, mas não é nada que revele as reviravoltas que a trama proporciona ao longo da narrativa, basta dizer que sua principal teoria, descrita com requintes de detalhes, é: Jesus foi casado com Maria Madalena, que estava grávida quando Cristo foi crucificado. Os descendentes daquela criança ainda sobrevivem e mantêm-se no anonimato protegidos pelo “Priorado de Sião”, que é também o guardião da verdadeira fé em Jesus e Maria Madalena, baseada na teoria do
sagrado feminino.
*O livro de Dan Brown consiste numa corrida de “gato e rato” entre a polícia francesa, um famoso simbologista, especialista em decifrar códigos sacros, Robert Langdon (
Tom Hanks), ao lado da neta do último guardião do “Priorado de Sião”, a criptógrafa Sophie Neveu (
Audrey Tautou), em contraponto com a “Opus Dei”, na figura de um “gigante” monge albino, que recebe ordens diretas de um bispo (
diretor da Opus Dei) e uma misteriosa figura, na busca do grande segredo do Santo Graal, que não pode ser revelado neste texto para não estragar a surpresa para quem ainda não leu a obra.
*Aliás, propositalmente estou omitindo alguns detalhes da trama para que o filme seja uma agradável surpresa, pois se a adaptação cinematográfica seguir fielmente o livro, as revelações são sucessivas, desde a morte do diretor do Museu do Louvre, quando ele é encontrado nu em uma das galerias e na posição de
Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, até códigos visuais impingidos pelo genial artista italiano em obras como
"A Virgem dos Rochedos",
"Mona Lisa" e
"A Última Ceia", essa, em particular, é literalmente desmontada visualmente em um discurso semiótico dos mais esperados na trama e que levam os personagens a questionar a verdade do catolicismo.
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POLÊMICAS E OBRAS DERIVATIVAS
*A polêmica obra de Dan Brown se resume a fazer afirmações que atendem a uma teoria da conspiração teológica que acabou criando uma guerra entre renomados historiadores e pesquisadores, que refutam firmemente todas as referências históricas contidas ali, inclusive apontando incongruências geográficas e na interpretação de documentos históricos referentes aos preceitos católicos, envolvendo não só o “Priorado de Sião” como também os
”Templários”.
*”O Código Da Vinci” se tornou um ícone pop mundial e justamente por suas afirmações teológicas contraditórias e polêmicas acabou gerando outra dezena de obras derivativas, que, queira ou não acabam embarcando no marketing vitorioso de seu autor, Dan Brown. Ressaltando que essas obras derivativas são altamente críticas e pretendem “elucidar” os pontos mais polêmicos da obra original, por isso mesmo os títulos são quase que idênticos: “Decifrando o Código Da Vinci” (
Simon Cox/Editora Bertrand Brasil), “Decodificando Da Vinci (
Amy Welborn/Cultrix), “Quebrando o Código Da Vinci” (
Darrel L. Book/Editor Novo Século) e “Revelando o Código Da Vinci” (
Martin Lunn/Editora Madras).
*Mas, claro, têm livros que só faltam acusar Dan Brown de ser a verdadeira “besta do apocalipse” por escrever afirmações que abalam os princípios do cristianismo, numa sucessão de ferozes críticas, com uma contundência digna de fanatismo, como ocorre em “Desmascarando O Código Da Vinci” (
James L. Garlou e Peter Joners/A.D. Santos) e “A Fraude do Código Da Vinci” (
Erwin Lutzcr/Editora Vida).
*No início de abril Dan Brown foi absolvido pela Corte Britânica da acusação de plágio, numa ação movida pelos escritores Michael Baigent e Richard Leigh, que o acusaram de copiar o tema central do livro deles, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, publicado em 1982.
*Caso o veredito dessa acusação contra Brown fosse de culpado, o filme “O Código Da Vinci”, teria sido afetado, inclusive adiando a sua estréia, pois os escritores entrariam com um processo para pedir não só a porcentagem da bilheteria como também o cachê ofertado pelos direitos da obra em questão, adaptada às telas de cinema.
*De uma coisa já se sabe, o filme “O Código Da Vinci” já estréia com a certeza de ser um dos grandes campeões de bilheteria esse ano, resta saber se a qualidade do filme (
que deve ser comprovada pelo talento do diretor Ron Howard) se igualará ao do livro de Dan Brown, que longe das polêmicas históricas e religiosas é uma excelente história de suspense e ação.
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Marcos Souza é editor de cultura do site.
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Confira o trailer do filme clicando no link abaixo:
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- TRAILER - O Código Da Vinci
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- SITE - O Código Da Vinci