*A equipe médica do Hospital Materno Infantil (FNS), de Cacoal, conseguiu evitar que seis crianças que nasceram prematuras viessem a óbito entre janeiro a abril deste ano. Algumas nasceram com pouco mais de 900 gramas, no sexto mês de gestação. Este é o caso de Marlon do Nascimento, que nasceu em 7 de fevereiro e passou 48 dias no hospital público sob os olhos de pediatras, obstetras e outros especialistas que se doaram pela vida do bebê.
*Kelly Cristina do Nascimento, 24, é a mãe do menino Marlon, que esteve à beira da morte. Ela conta que viveu momentos de angústia e dor em função de um parto prematuro, mas a equipe do Hospital Materno Infantil de Cacoal deu exemplo de luta pela vida e conseguiu salvar seu filho, que tinha chances mínimas de sobrevivência. Partos prematuros podem resultar de infecções genitais, hipertensão materna, baixo índice de massa corporal pré-gestacional, disfunções uterinas ou trabalho pesado durante a gestação.
*Kelly Cristina passou quase dois meses no hospital, ao lado de Marlon. Ela conta que durante todo esse tempo conferiu "in loco" a união de médicos, enfermeiros e a equipe administrativa da unidade hospitalar na batalha pela vida de bebês prematuros que, como Marlon, tinham chances quase remotas de recuperação. "Aqui, eu pude ver um médico chorar e até gritar desesperadamente tentando salvar uma vida, cenas comoventes que só quem vê passa a entender o universo de um profissional que é cobrado por seus erros, mas não é lembrado por seus acertos, por sua dedicação em busca do sorriso de uma criança, como aconteceu com o Marlon, meu filho".
*O diretor do Hospital Materno Infantil de Cacoal, ginecologista e obstetra Donizete Camargo, explica que casos semelhantes ao de Kelly Cristina e Marlon acontecem com freqüência na unidade, que recebe diariamente dezenas de pacientes vindos de quase 20 municípios da região. "O óbito fetal existe, mas em qualquer situação a nossa equipe de profissionais se doa pela vida, mesmo que muitas pessoas não reconheçam a nossa luta". Nos últimos dias, a equipe da maternidade recebeu cartões com mensagens comoventes de pais que se sentiram dignificados com o desempenho de médicos, enfermeiros e outros profissionais que valorizam a vida.
*A Prefeitura de Cacoal pretende instalar no Hospital Materno Infantil uma UTI Neonatal. Está sendo implantado ao lado da maternidade um Banco de Leite Humano, enquanto que os centros e postos de saúde realizam o pré-natal, para garantir às mães, em seguida, um parto digno e seguro.
*A prefeita Sueli Aragão (PMDB) disse que não vai seguir o exemplo de regiões do país em que as mulheres pobres, que não têm acesso a um plano de saúde, não são ouvidas nem respeitadas em seus direitos e suas individualidades, durante suas consultas e internações. "Em Cacoal, vai ser diferente. Para atingir o objetivo, vamos continuar investindo na atualização do profissional de saúde, na estrutura física das unidades e em equipamentos com tecnologia de ponta para manter um diferencial", disse.