Fórum Pan-Amazônico discute participação social na definição de políticas culturais

Fórum Pan-Amazônico discute participação social na definição de políticas culturais

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Foto: Divulgação

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*Propor uma alternativa democrática para a definição das políticas culturais no Brasil. Esse é o foco do debate sobre indústria cultural e cultura sustentável no 4º Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), que começou na terça-feira (18) em Manaus (AM). "Acreditamos que a sustentabilidade vem quando os movimentos culturais, os criadores, as entidades artísticas passam a controlar democraticamente os investimentos estatais. Os investimentos públicos devem ser patrimônio em criação artística, com os artistas gerindo-os de modo democrático", defende o presidente do Sindicato dos Escritores do Amazonas, Ribamar Vitoso.

*Para Vitoso, a gestão democrática dos recursos permitira a sustentabilidade da criação artística. "Sustentabilidade é o oposto de neoliberalismo em cultura". Vitoso diz que a política neoliberal direciona os recursos às empresas que - através de isenções fiscais ? passam a determinar quais projetos artísticos serão financiados. Além disso, a divisão dos recursos da indústria cultural não privilegiaria os artistas. "O preço de capa de um livro, por exemplo, 50% vão para a editora, 40% para a livraria e 10% para o autor. Isso vale para todas as artes", exemplifica Vitoso.

*Para o secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, o Fórum vai contribuir para atualizar esse debate. Mamberti afirma que, até o início do governo Lula, o MinC tinha uma ação "rarefeita" fora do eixo Rio-São Paulo. Segundo ele, várias iniciativas estão sendo implementadas para dar espaço aos artistas populares. Mamberti cita como exemplo a realização de oficinas e seminários em todas as regiões do país para traçar políticas públicas na área cultural.

*Mamberti diz que pretende estar em "sintonia" com os resultados do Fórum. "No caso da Amazônia, por exemplo, o encontro se reveste de importância muito grande porque é uma grande extensão de terra do país e que acorda para a cidadania. A Amazônia tem mostrado desejo e vocação para participar ativamente do processo e ainda mais com a importância que tem pela sua riqueza ambiental e cultural."

*O coordenador de cultura da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vital Melo, acredita que o Fórum Pan-Amazônico é o início de um processo de inclusão dos artistas populares, que não são privilegiados na definição dos investimentos públicos. "Acho que nesse momento nós começamos a desenhar um grande momento para a cultura brasileira e para a região Norte. É fundamental fazer uma discussão clara, eficiente e voltada para as políticas públicas de cultura, onde a sociedade civil organizada possa discutir seu rumo."

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