FUTEBOL: CPI investiga manipulação de partidas em larga escala

Investigações atingem mais de 20 atletas, incluindo nomes de peso como Bruno Henrique e Lucas Paquetá

FUTEBOL: CPI investiga manipulação de partidas em larga escala

Foto: Ilustrativa

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O futebol brasileiro enfrenta uma das maiores crises de sua história recente, com a expansão das investigações sobre manipulação de resultados e apostas ilegais. O escândalo, que inicialmente focava em jogadores menos conhecidos, agora atinge nomes de peso do cenário nacional e internacional, levando o Congresso Nacional a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
 
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada em 10 de abril de 2024, tem prazo inicial até 7 de outubro de 2024, podendo ser prorrogada até 15 de fevereiro de 2025. A comissão tem realizado uma série de audiências com diversos atores do futebol brasileiro, incluindo árbitros, presidentes de clubes e representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
 
Entre os casos mais recentes e impactantes, destaca-se a investigação envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo. O jogador é alvo da Operação Spot-fixing, conduzida pela Polícia Federal (PF) com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A suspeita é de que Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, para beneficiar apostas feitas por familiares.
 
Outro nome de peso envolvido nas investigações é Lucas Paquetá, atualmente no West Ham da Inglaterra. O meia enfrenta acusações da Federação Inglesa (FA) por supostamente receber cartões amarelos de forma deliberada em jogos da Premier League, beneficiando apostadores. As suspeitas envolvem partidas contra Leicester City, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth, entre novembro de 2022 e agosto de 2023.
 
Luiz Henrique, ex-jogador do Betis e atualmente no Botafogo, também está sob investigação. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) encaminhou às autoridades espanholas informações sobre uma possível ligação entre o jogador e Bruno Lopez de Moura, apontado como chefe de uma quadrilha de manipulação de jogos.
 
A CPI tem ampliado seu escopo de investigação, ouvindo não apenas jogadores, mas também árbitros e dirigentes. Em uma das sessões mais recentes, realizada em 29 de abril de 2024, representantes da CBF foram convocados para prestar esclarecimentos sobre as medidas tomadas pela entidade para combater a manipulação de resultados.
 
O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), tem enfatizado a importância de ouvir todos os envolvidos para traçar um panorama completo da situação. "Precisamos entender como essas redes de apostas ilegais se infiltraram no futebol brasileiro e quais são as falhas em nosso sistema que permitiram que isso acontecesse", declarou Kajuru em uma das sessões da comissão.
 
As investigações revelaram que a máfia das apostas chegou a pagar R$ 835 mil a jogadores de futebol em apenas seis meses, entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023. Os pagamentos eram feitos muitas vezes através de contas bancárias de familiares ou intermediários, dificultando o rastreamento do dinheiro.
 
O caso tem gerado preocupação não apenas no meio esportivo, mas também no âmbito legislativo. Há uma crescente pressão para que sejam criadas leis mais rígidas para regular as apostas esportivas no Brasil e punir severamente os envolvidos em esquemas de manipulação de resultados.
 
A CPI das Apostas Esportivas tem até o início de 2025 para concluir seus trabalhos e apresentar um relatório final com recomendações para combater esse tipo de crime no futebol brasileiro. Espera-se que, com base nessas conclusões, novas medidas sejam implementadas para proteger a integridade do esporte mais popular do país.
 
Enquanto as investigações avançam, o futebol brasileiro enfrenta um momento de reflexão e necessidade de mudanças profundas em sua estrutura e governança. O desfecho desse escândalo pode redefinir o futuro do esporte no país, impactando desde as divisões de base até os clubes da elite do futebol nacional.
 
Lista de jogadores investigados ou citados em investigações relacionadas à manipulação de resultados e apostas ilegais:
 
Bruno Henrique (Flamengo)
 
Lucas Paquetá (West Ham, Inglaterra)
 
Luiz Henrique (Botafogo)
 
Eduardo Bauermann (ex-Santos)
 
Gabriel Tota (ex-Ypiranga-RS)
 
Victor Ramos (ex-Chapecoense)
 
Igor Cariús (Sport)
 
Paulo Miranda (ex-Náutico)
 
Fernando Neto (São Bernardo)
 
Matheus Gomes (ex-Sergipe)
 
Matheusinho (ex-Cuiabá)
 
Romário (ex-Vila Nova)
 
Joseph (Tombense)
 
Domingos (ex-Vila Nova)
 
Allan Godói (ex-Operário)
 
André Luiz (ex-Sampaio Corrêa)
 
Paulo Sérgio (ex-Operário-PR)
 
Ygor Catatau (Sepahan, Irã)
 
Moraes (ex-Juventude)
 
Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino)
 
Nikolas Santos (ex-Novo Hamburgo)
 
Jarro Pedroso (ex-São Luiz)
 
Nino Paraíba (ex-Ceará)
 
É importante notar que esta lista inclui jogadores em diferentes estágios de investigação. Alguns foram formalmente acusados, outros estão sob investigação, e alguns foram citados em depoimentos ou evidências relacionadas ao caso. A situação legal de cada um pode variar, e alguns podem ter sido inocentados ou as investigações arquivadas desde as últimas atualizações públicas.
 
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas continua suas investigações, e é possível que novos nomes sejam adicionados ou removidos desta lista conforme o inquérito avança. A comissão tem ouvido não apenas jogadores, mas também árbitros, dirigentes e representantes de entidades esportivas para construir um quadro completo do esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
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