Torcer contra um time não é um exercício tão simples. Não há um livro, ou um manual, que nos ensine como proceder.
Foto: Divulgação
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Torcer contra um time não é um exercício tão simples. Não há um livro, ou um manual, que nos ensine como proceder. Eu tenho os meus rituais, que com certeza não influenciam no resultado. Tenho esta convicção, mas mesmo assim não abro mão de exercitá-los. Ontem não foi possível colocá-los em prática na sua plenitude, talvez por isso o resultado desejado não tenha sido alcançado. E não há contradição neste última afirmação, já que a experiência provou que em outros casos houve êxito. São coisas de torcedor, e não tente compreender.
Mas chego à conclusão de que não haveria mandinga no mundo que pudesse tirar a conquista do Mais Querido do Brasil. E os números comprovam isso. A partida de ontem apenas refletiu a superioridade do rubro-negro carioca, que foi infinitamente superior. Jogou como campeão e fez prevalecer sua histórica tradição de conquistas.
Embora a decisão não tenha sido brilhante, culpa da equipe paranaense, não podemos questionar o nível técnico da competição, que reuniu nesta edição as equipes que participaram da Taça Libertadores da América: Atlético Mineiro, Corinthians, Fluminense, Grêmio e Palmeiras. Este fato não acontecia desde 2000.
O Flamengo eliminou em sua trajetória vitoriosa as equipes que dominam as primeiras posições do Campeonato Brasileiro, com a exceção do Grêmio, que não teve competência para chegar à decisão. Obteve o maior número de vitórias na história do torneio e apenas uma derrota. É importante destacar que além dos campeões estaduais (o que é óbvio), a disputa contou com os atuais campeões da Copa Nordeste, da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes.
Não há como não citar alguns personagens desta conquista. Jayme de Almeida, Paulinho e Hernane são meus escolhidos. Ambos refletem a simplicidade que caracteriza o esporte de que tanto gostamos. Paulinho parece um garoto num campinho de terra, com sua habilidade natural e prazer pelo que faz. Por sua vez, Jayme reforça que a humildade é o melhor caminho para o sucesso, contrariando o atual modelo de treinadores arrogantes e supervalorizados.
Hernane, o Brocador, merece um parágrafo à parte. O que levou o ex-técnico Jorginho a sacá-lo do time assim que assumiu o time durante o Campeonato Carioca? Artilheiro da equipe na competição, quase fora negociado com o Avaí no ano anterior. Hernane sofre da síndrome de Durval. Explicar-me-ei: o zagueiro do Santos tem um recorde de dez títulos estaduais consecutivos, além das Copas Libertadores e do Brasil. Se fosse loiro e de olhos azuis, com certeza estaria no Barcelona, na vaga de Piqué. Como Durval, Hernane sofre pela aparência e jeito humildes.
Mas a Nação, símbolo do povo, orgulha-se de seu novo herói, simplesmente por se ver representada nele. E não adianta “secar”: a competência ignora feitiços.
Zina é apresentador do Loucos por Esporte na rádio Caiari, de segunda a sexta, das 18 às 19 horas.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!