Cruzeiro: o campeão é necessariamente o melhor? – Adelmo Souza (Zina)

Da Redação

19 de Novembro de 2013 às 10:40

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Cruzeiro: o campeão é necessariamente o melhor? – Adelmo Souza (Zina)

Foto: Divulgação

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Ao término da rodada em que se tornou tricampeão brasileiro, a tabela mostrava que o Cruzeiro tinha dezesseis pontos de diferença em relação ao segundo colocado, com um aproveitamento de 72,5%, além do melhor ataque e da segunda melhor defesa. Não há dúvida de que o time celeste é o campeão legítimo, mas não custa nada provocar: o time campeão é necessariamente o melhor?

Em 2012, o londrino Chelsea levantou pela primeira vez a taça de Champions League. Na trajetória vitoriosa, os Blues eliminaram o Barcelona na semifinal e o Bayern de Munique na final, com o ingrediente de que este último atuava sob seus domínios. Ainda assim, muitos questionaram a conquista do time de Lampard e Drogba, sobretudo por seu jogo defensivo, pragmático. Apesar do título, teria o Chelsea o melhor futebol da Europa naquele ano? E o Fluminense campeão do ano passado, era o melhor do Brasil? E o Corinthians, campeão mundial, tem o melhor futebol do planeta?

Retornemos ao nosso pior pesadelo: a eliminação brasileira da Copa do Mundo da Espanha em 1982. A equipe de Cerezo, Sócrates, Falcão e Zico foi superada pela Itália de Paolo Rossi na fatídica partida que denominamos “Tragédia de Sarriá”. Até hoje somos unânimes em afirmar que éramos os melhores, e boa parte da imprensa mundial nos faz companhia. A Itália terminou com o título, mas a pergunta persiste: a Azzurra fora a legítima campeã?

Talvez os times apresentados não fossem de fato os melhores. Do ponto de vista futebolístico, cujo critério é a beleza do espetáculo, e é sob este prisma a que me refiro, muitos dos que fracassaram foram mais encantadores. Não há como negar que o Barcelona de Messi fosse o melhor time do mundo em 2012, ainda que o Corinthians tenha conquistado o Mundial de Clubes.

Não pretendo e nem tenho condições de desmerecer as conquistas brilhantes aqui exemplificadas, e a intenção não é esta. Da minha parte, não acho que o vencedor tenha que ser necessariamente considerado o melhor numa competição. Isso se chama competência. Reitero que este não é o caso do Cruzeiro. Quanto à Itália, injustamente vitoriosa, há que se concordar: são coisas do futebol!

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