Uma Noite Para Esquecer - Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Quem esperava ver um GENUS agressivo, marcando a saída de bola, sem dar espaços para o adversário jogar, decepcionou-se. Nem parecia aquela equipe que desbancou o time de Vilhena, jogando no Aluízio Ferreira.
O GENUS foi apático. Jogou o tempo todo na retranca. Fez poucos lances perigosos, limitando-se, apenas, aos chutões. Quando caiu na real, a vaca já havia ido para o brejo, não tinha mais nada a fazer, senão lamentar o vexame.
Pior que a derrota, no entanto, foi agüentar as gozações da torcida adversária, que abusou no quesito hostilidade, fazendo jus ao grotesco apelido de lobos do serrado, como são chamados os torcedores do VEC.
O Portal da Amazônia tem capacidade para três mil pessoas sentadas. A torcida do VEC ocupou quase todos os lugares. A pequena (mas barulhenta) torcida do GENUS teve que se espremer num espaço de pouco menos de vinte metros quadrados, separados dos “lobos” por uma corda.
Policiais militares e da tropa de choque do Batalhão de Cacoal garantiram a integridade física dos torcedores do GENUS, dentro e na saída do estádio até o embarque no ônibus, que ficou estacionado no pátio da rodoviária, onde se pode tomar um banho, num ambiente higiênico, por apenas dois reais, e se comer uma comida gostosa, pagando menos de doze reais o quilo, com direito a sobremesa. Nada que ver com a espelunca que temos na capital, que muitos ainda têm a coragem de chamar de rodoviária.
Uma hora antes de o jogo começar, um carro de som, colocado estrategicamente próximo à torcida do GENUS, anunciava a chegada do vice-governador João Cahúla. A cada cinco minutos, entre um escorregão e outro na concordância verbal, esbravejava o locutor: “o jatinho do nosso vice-governador acaba de aterrissar no aeroporto internacional de Vilhena”. E tomem axé, lambada, sertanejo e outras tranqueiras musicais.
Novamente, insistiu o ensandecido locutor: o vice-governador já está no hotel (?). E Cahúla chegou. Ufa! Acompanhado do deputado Luizinho de tal, do prefeito da cidade, José Rover, e de um bando de bajuladores. Juntos, cumprimentaram a platéia, que reagiu indiferente aos acenos. A cada gol do VEC, porém, o locutor ia ao delírio.
À exceção do vereador Cláudio da Padaria (PC do B), que lá compareceu mais como torcedor e menos como autoridade, o palácio Tancredo Neves não mandou representante. Ao contrário de Porto Velho, dirigentes políticos e empresários do interior ajudam os clubes.
Na capital, poucos são os heróis anônimos que abrem a carteira para contribuir com alguma coisa. É o caso, por exemplo, do empresário Gladistone, da rede farmaplus. A empresa de transporte Eucatur também tem marcado presença, aqui e alhures. É por isso que o futebol rondoniense vive a mingua.
Gladistone, diga-se de passagem, pagou seguranças do próprio bolso para garantirem a integridade dos torcedores do GENUS, dentro e fora do campo. A assessoria do vereador Cláudio Carvalho, do PT, garante que ele conseguiu um ônibus para levar torcedores do GENUS. E de graça.
O presidente da Federação do Estado de Rondônia, Heitor Costa, almoçou no restaurante da rodoviária. Depois, só apareceu na hora da premiação. A partida foi transmitida pela Rede TV, que deu um drible na concorrência, deixando-a de cócoras. Cortando os excessos dos apresentadores, reconheça-se, o SGT fez um excelente trabalho, digno dos melhores encômios. A derrota do GENUS para o VEC é mais uma página melancólica do futebol portovelhense, apesar do esforço de sua diretoria, na pessoa do intrépido Evaldo.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!