Bainha é compositor, passista, instrumentista, intérprete e nacionalmente premiado Bamba do Samba Nacional (em nov/2023) no Rio de Janeiro
Foto: Divulgação
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ODE AO MENESTREL (EM MEIO AO REBOJO E PITIÚ FREVISTA DO NORTE BRASILEIRO), por Altair Santos – Há pouco mais de três décadas quando boiou dos rebojos das ideias, venceu as ligeiras correntezas nadando as fartas águas das imaginações culturais amazônicas, subiu o barranco das vontades e das curiosidades beiradeiras para pisar as ruas da Cidade Porto, o Bloco Pirarucu do Madeira ainda pequeno, porém se já insinuando festivo e audaz, sinalizava um dia habitar e rebrilhar nas fileiras carnavalescas da cidade.
Hoje na materializada comprovação e lume da sua sempre ascendente trajetória, o cordão foi buscar motivações e inspirações para o seu desfile de 2024 nas contas graúdas do vistoso rosário histórico e cultural do Menestrel Bainha, como os motes para enredar a sua procissão foliã em mais um carnaval. Manter-se atraente e em ascensão, sempre sugere ao bloco empreender-se na criatividade e associativismo rítmico e melódico, mesclando arranjos, instrumentais e cenários livres, multicoloridos, fazendo fusões e experimentos inovadores, festivamente tragando para os seus desfiles distintas levas foliãs.
Esmerar-se e desdobrar-se em esforços, atos e iniciativas de produção para este tributo in vida (e haja vida), credencia o Bloco Pirarucu do Madeira como persistente e resistente, culturalmente alinhado com os motes da valorização, preservação, registro e defesa do patrimônio cultural local. Por isso, compromissado e sedento em fazer reluzir o que aqui temos de bom de belo, em se falando de riqueza cultural e que urge por isso, a agremiação mira esses motes e personagens como o Bainha e outros tantos de diversas linhagens, tendo neles os nutrientes das suas anuais investidas e aparições públicas e carnavalizadas.
O compositor, passista, instrumentista, intérprete e nacionalmente premiado Bamba do Samba Nacional (em nov/2023) no Rio de Janeiro, Bainha, cujo capital e saldo cultural é dos maiores em se tratando de criações, vivências e experimentos, nos impõe romper as pautas gramaticais e tirá-lo do plano singular alçando-o a um plural audacioso, porém lógico, para assim dizermos: ele não “é,” ele “são,” posto, em si, aos 85 anos de existência habitar uma multifacetada coleção de penduricalhos, facetas, domínios, destrezas e expertises artísticas entre incursões sonoras, melódicas, rítmicas e poéticas, catalogadas ao largo da sua trajetória irrequieta e ainda em curso.
Nesse carnaval quando os clarins da folia local soarem alto, chamando os foliões para ganharem as ruas e o frevo comer no centro, veremos de perto, em cores, mais vivo e mais vivente do que nunca, o inarredável Menestrel Bainha com sua empatia e simpatia, graça e malemolência a exibir pequenos recitais em recortes de uma existência que se funde ao “ser e fazer cultura,” numa entrega sem renúncias, como pouco visto num cidadão que carrega consigo, em si, um coração que parece talhado, moldado e aformoseado nos sagrados tons, versos, rimas e sons que habitam a pauta da vida e da passarela cultural.
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