Um certo dia, alguém ligado aos estúdios Disney sentou em um computador e resolveu escrever uma história sobre a Amazônia, e principalmente, Porto Velho.
Lógico que há uma atração na Disneylândia (Orlando, Flórida) com o mesmo nome. Uma associação interessante entre entretenimento, história e dólares. Mas, o que importa é que surgiu o filme Jungle Cruise, com Dwayne Johnson “The Rock” e Emily Blunt, que estreou no dia 24 de julho.
Ninguém sabe qual o motivo da escolha da capital de Rondônia, mas ganhamos notoriedade mundial com a lembrança.
Há de se destacar que os roteiristas (Michael Green, Glenn Ficarra e John Requa) fizeram uma grande pesquisa e acharam aqui nossas referências históricas especiais: um trem, cachoeiras, corredeiras, um grande rio, referências ao porto, fábrica de borracha...
Isso tudo tem que ser destacado sempre. Claro que há a licença poética e os efeitos especiais que Hollywood sempre dá em produções que usam e abusam do chamado realismo fantástico.
Mais PVH
É certo que o nome Porto Velho ganhou os seus minutos de fama. A história gira em torno da busca de uma flor com a capacidade de curar várias doenças e que se encontra no interior da Floresta Amazônia.
As estrelas do filme, claro, já foram citadas: Dwayne Johnson vive o personagem Frank. Emily Blunt interpreta a doutora Lily Houghton. O terceiro personagem que rouba a cena é o irmão dela, McGregor, papel que coube a Jack Whitehall.
Parte do filme se passa na Londres de 1913. A doutora e o irmão vêm para a Amazônia decididos a encontrar a planta que, acreditam, mudará a medicina para sempre. Porém, para ajudar-lhes nessa missão contratam o barqueiro esperto e malandro Frank Wolff, vivido por Johnson, The Rock.
O encontro de Frank com os irmãos ocorre em Porto Velho. Como em uma obra de ficção são permitidos alguns deslizes, Jungle Cruise tem os seus.
Um desses é quando a doutora Lily afirma que chegará em Porto Velho de trem. Apesar de nesse ano a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, já estar funcionando fazia um ano (1912), a impressão que se dá é que ela vem de trem de outra parte do Brasil, pela ferrovia. O que seria impossível naquela época.
Madeirão
A produção foi rodada no Havaí e o nosso Madeira retratado na película não tem nada a ver com o que conhecíamos antes e depois da construção das usinas.
Já a capital, Porto Velho não passa de um pequeno porto, com alguns bares, hotéis e casas e dominadas por malandros e espertalhões que estão sempre tentando levar vantagem.
Naquela época, Rondônia não existia e nem território federal era. Só foi alcançar essa condição em 1943, após a ser desmembrada dos atuais estados de Mato Grosso e Amazonas, quando criou-se o Território Federal do Guaporé.
O grande mérito do filme foi mostrar para o mundo que existe uma cidade no meio da Amazônia, chamada Porto Velho e que existe um rio que passa em frente, conhecido por Madeira.
Ao longo do filme, o público também perceberá que Frank (Dwayne Jonhson) solta algumas pequenas frases em português, tentando se comunicar com os moradores da comunidade onde ele reside.
Do mais, a história é um estilo ‘Indiana Jones’, cheio de perigos, excessos e romance. Com certeza, vale à pena como entretenimento e para sentir um certo orgulho em morar na cidade retratada na tela. Divirta-se!