INDIGENISTA: Jornalista americano lança livro sobre Rondon

Larry Rother, que já trabalhou para a revista “Newsweek” e para o jornal “New York Times, passou cinco anos pesquisando sobre a vida do Marechal

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Foto: Divulgação

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O livro “Rondon — Uma Biografia” ,  do jornalista americano Larry Rother (Objetiva, 584 páginas, tradução de Cássio de Arantes Leite), já se encontra  à venda nas livrarias. A obra é um levantamento atualizado a respeito da vida de um brasileiro que merece ser chamado de grande homem, embora na estatura fosse pequeno.

 

"Foram cinco anos de pesqusa para elaborar a obra, que redimensiona o lugar de Rondon na história do Brasil", relata a editora da obra. Natural de Chicago, Larry Rother trabalhou no Brasil, durante 14 anos, para a revista “Newsweek” e para o jornal “New York Times.

 

De acordo com o pesquisador, há homens, grandes homens, que permanecem à sombra, às vezes folclorizados. Um deles é o marechal Candido Mariano da Silva Rondon (órfão de pai e mãe, pobre), nascido no século 19, em 1865, e morto no século 20, em 19 de janeiro de 1958, aos 92 anos.

 

 O heroico mato-grossense chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz, e Harvard, uma das mais qualificadas universidades do mundo, “cogitou oferecer-lhe um título honorário”, registra o brasilianista Todd A. Diacon no livro “Rondon” (Companhia das Letras, 219 páginas, tradução de Laura Teixeira Mott).

 


Larry Rother frisa que “o trabalho de Rondon, como engenheiro militar, era construir uma infraestrutura de estradas e linhas telegráficas ligando a vasta hinterlândia à costa”. Ao mesmo tempo, “arquitetou a política do Brasil para os povos indígenas. Célebre foi o seu trabalho com os povos indígenas da bacia amazônica. Quando Rondon embrulhava uma criança índia na bandeira brasileira, sua intenção era mostrar que, tanto no sentido literal como no simbólico, o Brasil cobria também aqueles povos”. Sua frase em defesa dos indígenas diz tudo sobre seu pensamento e ações: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”.

 

Roosevelt

 

Quando Theodore Roosevelt, que havia sido presidente dos Estados Unidos, veio ao Brasil, em 1914, Rondon levou-o em busca do Brasil profundo. “O miúdo Rondon e o rotundo Roosevelt comunicavam-se em um francês vacilante, às vezes usando Kermit [filho de Theo­do­re] como intérprete.” O parente de Franklin D. Roosevelt publicou o livro “Nas Selvas do Brasil” (editado no Brasil). A jornalista americana Candice Millard, mestre em literatura, é autora do belíssimo “O Rio da Dúvida — A Sombria Viagem de Theodore Roosevelt e Rondon Pela Amazônia” (Companhia das Letras, 395 páginas, tradução de José Geraldo Couto).

 


Por que falar só das desgraceiras, usando nossas energias exclusivamente para malhá-las, e esquecer o que presta, o que vale a pena? Não sei. É provável que só o “falar-malismo”, o sistema do “falar mal”, agrada nossos ouvidos e bocas. Quanto aos homens públicos resta falar bem, digamos, só de escritores e, quiçá, cientistas. Porém, aos que lidam com a política, direta ou indiretamente, brindamos com o opróbio.

Por que falar de Rondon? Por vários motivos. Um deles: em 19 de janeiro, sem maiores lembranças da imprensa patropi, fez 60 anos que o marechal morreu. Outro: o jornalista americano Larry Rohter — o jornalista que, quando presidente, Lula da Silva quis expulsar do Brasil, porque o ex-correspondente do “New York Times” publicou que era chegado a uma pinga — está escrevendo sua biografia. Na sexta-feira, 19, a jornalista Monica Gugliano entrevistou-o para o “Valor Econômico”.

 

Aos 67 anos, Larry Rohter diz que é fascinado pela história de Rondon (do qual deriva o nome de Rondônia). Na entrevista, afirma que não há uma “biografia abrangente” de Rondon em inglês, por isso decidiu escrever uma, que certamente será publicada no Brasil (o que o “Valor” não esclarece). “No Brasil, existem em português, mas são dos anos 40 e 50. Achei que era o momento oportuno de fazer uma biografia moderna, do século 21, sobre ele.” Curiosamente, o jornalista não cita a biografia escrita por Todd A. Diacon, o livro de Can­dice Millard e “Candido Rondon — A Integração Nacional” (Contraponto, 70 páginas), de Elias dos Santos Bigio.

 

Homem decente

 

Larry Rohter afirma que os brasileiros falam dos políticos “corruptos” e “incompetentes”, mas se esquecem das referências positivas. “Acho bom lembrar que o país foi capaz de gerar gente de primeira linha e que Rondon é uma dessas pessoas. É claro que ele teve defeitos, como todos. Mas era um patriota abnegado que só pensava em servir ao seu país.”

 

Rondon, sublinha Larry Rohter, era “um homem dedicado ao trabalho, de uma coragem física e moral imensas, de uma grande honestidade e que teve uma importante atuação na história brasileira, da proclamação da República ao governo de Juscelino Kubitschek”. Ao estudar sua história, o jornalista ressalta que ficou impressionado com sua trajetória. Ele ganhou uma bolsa da Biblioteca Pública de Nova York e, desde 2015, está trabalhando “integralmente no livro”.

 

Homem múltiplo, Rondon, cujo nome deu origem ao Projeto Rondon, merece mesmo ser conhecido. “Ele foi um homem que teve todas as qualidades que hoje faltam ao Brasil, e a visão dos brasileiros sobre ele é muito estreita.” Além de um desbravador, que se propôs a conectar o Brasil, via telégrafo e mesmo pelo contato dos indivíduos, “teve um papel importante em defesa dos índios e na criação de parques nacionais como o do Xingu. Trabalhou em questões diplomáticas e militares”. Enviado para o Nordeste, para verificar as razões da seca, enviou um relatório para o presidente Epitácio Pessoa, que governou o Brasil entre 1919 e 1922. Como explicou que as causas da seca não eram apenas técnicas, mas também sociais e políticas, o governo deixou de aprová-lo.

 

“Rondon fez de tudo. Gosto de dizer, usando uma expressão bem popular brasileira, que ele era ‘pau pra toda obra’”, anota Larry Rohter.

 

Fonte: Jornal Opção

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