Comentário Geral - Invasão USA e Comando para matar – Humberto Oliveira
Foto: Divulgação
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Invasão USA e Comando para matar, duas pérolas do cinema de ação dos anos 80
Vamos falar agora de duas pérolas do cinema trash de ação dos anos 1980. Os marmanjos com mais de quarenta conhecem,pois ambos já foram exibidos muitas vezes na Sessão da tarde, no antigo Corujão e na Sessão de Gala. Tive a oportunidade de assistir muitos filmes dos mais variados gêneros, no saudoso Cine Diogo, em Fortaleza, entre eles, os antológicos Invasão dos Estados Unidos e Comando para matar, ambos de 1985, masas estreias aconteceram no ano seguinte. O primeiro dirigido pelo medíocre Joseph Zito e estrelado por ninguém menos que o “lobo solitário” Chuck Norris. O segundo tendo como astro, em começo de carreira, o grandalhão Arnold Schwarzenegger. Impossível não rir ao rever estas duas jóias, pois apesar da violência, o humor também marca presença, nas cenas e nos diálogos.
Explosões, tiros e altas contagens de cadáveres faziam parte de produções como"Stallone Cobra", "Desejo de Matar 3" ou "Comando para Matar", onde os mocinhos acabavam matando o dobro ou o triplo de pessoas que os vilões. Nesta galeria podemos relacionar o impagável Invasão dos Estados Unidos (Invasion USA 1985, EUA) que além de Chuck Norris, traz no elenco, o feioso Richard Lynch como o vilão Rostov – que tem pesadelos com o personagem de Norris, Matt Hammer. Deve ser amor reprimido, pois o cara dá ataques tremendos. Os demais são tão inexpressivos que servem apenas para serem eliminados um a um no decorrer do filme considerado por muitos fãs como clássico, uma parábola sobre a paranóia militarista da época, incentivada pelo então presidente norte-americano Ronald Reagan no auge da Guerra Fria.
No cinema de ação dos anos 1980,as palavras de ordem eram – Violência e exagero. Os heróis eram sempre valentões sem sentimentos que passavam as horas livres treinando tiro ao alvo ou limpando suas armas, e para eles não bastava apenas prender os vilões e julgá-los dentro do que dizia a Justiça; era necessário torturá-los, agredí-los, enfim, fazê-los sofrer da pior forma possível, descarregando sobre eles tudo que cometeram contra a"sociedade" e ainda mais um pouco, e por fim, matá-los friamente. Norris passa o filme inteiro mandando recados para Rostov – “É hora de morrer”. Vale ressaltar que neste filme (aliás,em todos os filmes que fez), um dos mais famosos de sua carreira, Chuck Norris, que aqui interpreta seu herói mais arrogante, maldoso e cruel - que em determinadas cenas mais parece um bandido do que um herói.
O dito-cujo, um ex-agente da CIA chamado Matt Hunter, seria uma resposta do roteirista James Bruner ao sucesso de"Stallone Cobra", feito no mesmo ano e estrelado por Sylvester Stallone. O próprio Chuck Norris deu uma mãozinha no roteiro, ajudando a compor um personagem visivelmente frio e sádico, que não hesita em enfiar uma faca na mão de um vilão durante um "interrogatório" e prefere explodir os inimigos em pedacinhos ao invés de levá-los à Justiça. Joseph Zito já havia dirigido Norris num dos grandes sucessos da carreira do ator,"Braddock - O Super Comando", lançado no ano anterior como uma resposta à série "Rambo". Pelo visto, os filmes do Stallone pautavam as escolhas profissionais do velho Chuck na época.
A trama é incoerente e absurda: Mikhail Rostov (o eterno vilão Richard Lynch) é um terrorista russo que resolve, literalmente, invadir os Estados Unidos. Ele junta uma quadrilha de mercenários e terroristas de todo o mundo, liderados por ele e por seu braço direito, Nikko (Alexander Zale), e entram facilmente no território americano, iniciando uma série de atentados e assassinatos que seria o início da auto-proclamada "Invasão dos Estados Unidos". O plano de Rostov é jogar os próprios americanos uns contra os outros.
Chama a atenção a quantidade de violência do filme, que parece mais exagerada do que nunca nestes tempos politicamente corretos de hoje. Num momento clássico, por exemplo, Rostov vai até um tranqüilo bairro de classe média, onde adolescentes namoram no carro e crianças decoram suas árvores de Natal. Subitamente, o terrorista puxa uma bazuca e inicia um massacre, explodindo todas as casas da vizinhança e matando famílias inteiras! Outros momentos de crueldade incluem bombas que explodem num shopping-center e num carrossel. Mas a maldade dos vilões não tem limites: eles chegam a plantar explosivos num ônibus de crianças e numa igreja - sendo que estes o herói consegue, "felizmente",desativar.
Hunter, sozinho, com duas metralhadoras Uzi e uma bazuca, desafia o exército para ver quem mata mais, dizimando ele mesmo uns 50 terroristas e enfrentando cara a cara o próprio Rostov. E dentro da proposta exagerada do filme, o duelo final entre os dois não é com pistolas, mas com bazucas.
Invasão USA tem algumas cenas antológicas. Uma delas inclui Rostov e um traficante interpretado por outro eterno malvado do cinema classe C, Billy Drago. Ao ver que a namorada do traficante está cheirando cocaína, Rostov lhe dá um forte soco na cabeça, enterrando em seu nariz o canudinho metálico usado para aspirar à droga,e depois matando o próprio Drago com tiros no saco. Outrac ena fantástica é aquela em que os terroristas tentam explodir uma igreja lotada, mas o explosivo não funciona. Hunter então aparece por trás dos bandidos, atira a bomba sobre eles e diz: "Não funcionou? Mas agora vai funcionar...", e então explode os malvados em pedacinhos. Claro que, para o espectador esclarecido, o filme deve ser encarado como uma divertida comédia involuntária.
Com uma quantidade generosa de ação (são tantos tiroteios, mortos, feridos, perseguições de carro, capotagens, explosões e socos por minutos que chega a ser impossível contar), Invasão USA também é um filme extremamente sádico. Começa já com a figurado herói, que não é engraçadinho nem simpático, apenas insensível e frio, só aparecendo em cena para matar ou explodir alguém. O roteiro como um todo é completamente amoral, especialmente pela quantidade de pessoas inocentes eliminadas friamente. Enfim, um filme tosco, oitentista, Era Reagan até a medula, exagerado, sádico, violento e bobo - e por tudo isso, muito engraçado.Quer fazer uma sessão dupla inesquecível? Assista junto com "Comando para matar", e seja feliz! Aliás, por que será que não fazem mais filmes assim?
Em Comando para matar (Comando/1985/EUA), dirigido por Mark Lester, Arnold Schwarzenegger é o coronel aposentado, John Matrix (que nome é esse?) que pretende viver uma vida bucólica e sossegada com a filha Jenny (Alyssa Milano), porém, como é mostrado na abertura do filme, os antigos homens da unidade especial comandada por Matrix,estão sendo mortos. Mas tudo não passa de um plano para fazer o general Kirby,antigo chefe e mentor revelar o refúgio do super soldado para seus inimigos. Um dos ex-companheiros de Matrix participa de um grupo de mercenários e rapta Jenny para forçar o coronel a cometer um crime político no país fictício Valverde. Arius, o antigo presidente deposto é que financia a operação comandada pelo impiedoso Bennett, interpretado com personalidade e canastrice por Vernon Wells.
Matrix finge colaborar, mas usando de sua tremenda força física e habilidades escapa saltando de um avião que acaba de decolar. E vai atrás de sua filha, eliminando todos os raptores que encontra pela frente. Neste clássico de ação, que mistura suspense e humor não convencional, Schwarzenegger com o auxílio de uma comissária de bordo (Rae Dawn Chong), tem apenas algumas horas para superar seu maior desafio: encontrar sua filha antes que seja morta. No meio do caminho, ele mata 146 pessoas durante o filme. 138 das 146 mortes acontecem em apenas nos 10 minutos finais. Apesar de ser um filme de ação e conter cenas violentas, o filme também ficou conhecido por conter cenas exageradas e frases hilárias envolvendo principalmente Sully vivido pelo baixinho David Patrick Kelly e Cooke (que nome meigo para um assassino) encarnado por Bill Duke.
No aeroporto Matrix ameaça Sully: "Você é engraçado Sully, gostei de você. Épor isso que eu vou matar por último"
Durante uma briga entre Matrix e Cook num quarto de motel.
Cook – “Esta com medo? Devia estar porque esse boina verde vai acabar com você”.
E Matrix responde: “Eu como boinas verdes no café da manha”.
Matrix é descoberto no shopping por Sully,que desesperado tenta fugir, porém depois de uma perseguição de carro.John bate no carro do Sully.
Matrix tira Sully do carro e segura ele pela perna no penhasco
Matrix - Onde ela está?
Sully: vai se danar!
Matrix: eu não consigo te ouvir!
Sully: VAI SE DANAR MATRIX!
Matrix: sua lealdade é muito tocante, mas isso não é a coisa mais importante da sua vida agora. Agora só o que importa é a lei da gravidade e eu devo te lembrar Sully, esse é meu braço mais fraco
Sully: AAAAHHh! Você não pode me matar John, você precisa de mim pra achar a garota. Cook sabe, eu vou te levar até onde ele está
Matrix: Não você não vai!
Sully: por que John?
Matrix: porque eu já sei!
Sully: não John não faça isso!
Matrix: você se lembra quando eu prometi te matar por ultimo?
Sully: sim John você prometeu!
Matrix: eu menti
Matrix larga Sully que cai no abismo. Nesta cena dá para ver o cabo amarrado ao pé do ator. Outro detalhe.Quando Matrix vira o carro de Sully, o veículo aparece intacto, sem nenhum arranhão. Mágica do cinema.
No duelo final com Bennet, Matrix o provoca: "vem cá Bennet,larga essa porcaria. Você não quer só puxar o gatilho. Você quer enfiar a facaem mim, olhar dentro dos meus olhos e ver o que acontece quando a torcer dentro do meu corpo".
No final quando o coronel Kirby, com todo seu exército chega à ilha, ele encontra Matrix e pergunta, "John, não deixou nada pra nós?"
No que ele responde, "Só deixei corpos"
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